Mercados

BC reforça atuação, mas dólar ainda fecha em baixa

Diante do cenário favorável à valorização do real, o BC confirmou a expectativa e anunciou um segundo leilão de compra de dólares

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - O dólar caiu pela sexta sessão consecutiva nesta quarta-feira, fechando no menor patamar desde 4 de janeiro com a perspectiva de um aumento da entrada de capitais no país nos próximos dias.

Diante da contínua queda do dólar, o Banco Central reforçou sua atuação no mercado e comprou dólares em dois leilões pela primeira vez desde 3 de maio. A intervenção dupla, porém, teve por ora efeito apenas limitado sobre a taxa de câmbio.

A moeda norte-americana terminou o dia a 1,725 real, com variação negativa de 0,12 por cento.

Além da oferta de ações da Petrobras, prevista para ser a maior já registrada no mundo, outras quatro emissões de títulos --por parte da mineradora Vale, do banco estatal BNDES, da empresa de telefonia Telemar Norte Leste e da construtora Odebrecht-- devem atrair cerca de 4 bilhões de dólares para o país no curto prazo.

A operação da Telemar, com demanda próxima a 6 bilhões de dólares segundo o serviço de informações financeiras IFR, indicava o grande interesse por papéis brasileiros.

"Se isso tudo vier (cerca de 4 bilhões de dólares nas quatro emissões), o mercado trabalha com o câmbio muito próximo de 1,71 (real) até sexta-feira. E a semana que vem o próximo piso de resistência seria 1,70", disse João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer.

Com a previsão de um ingresso volumoso de recursos, os estrangeiros já acumulam quase 11 bilhões de dólares em posições vendidas nos mercados de dólar futuro e de cupom cambial (DDI). No mercado à vista, quem ostenta uma expressiva posição vendida são os bancos, com 13,7 bilhões de dólares --maior dado conhecido desde maio de 2007.

BC reforça intervenção

Diante do cenário favorável à valorização do real, o BC confirmou a expectativa alentada nas últimas semanas e anunciou um segundo leilão de compra de dólares.

A taxa de câmbio, no entanto, exibiu uma reação tímida imediatamente após a operação. Antes do leilão, o dólar era cotado a 1,723 real e, depois, a taxa de câmbio foi a 1,725 real, ainda em queda de 0,12 por cento frente a segunda-feira.

A taxa de corte definida pelo BC foi de 1,7248 real.

"Foi uma surpresa, mas pareceu que o corte foi baixo, então comprou pouco da fila das ofertas", disse o operador de câmbio de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado. "Foi mais fumaça do que efetivo. Foi mais um aviso: 'olha, cuidado com a venda nesses níveis, pois posso atuar raspando a fila e colocar esse dólar em outro patamar.'"

Leia mais sobre Banco Central

Siga as últimas notícias de Mercados no Twitter

Acompanhe tudo sobre:AçõesBanco Centralbolsas-de-valoresMercado financeiro

Mais de Mercados

Menos de 15% das empresas que fizeram IPO em 2021 superam a performance do Ibovespa

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões