Notas de real: na semana passada, o Banco Central anunciou o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra. (REUTERS/Sergio Moraes)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2013 às 12h41.
Campos do Jordão - O Banco Central poderá ofertar liquidez a diversos segmentos do mercado caso seja necessário, pois conta com um "colchão" superior a 370 bilhões de dólares, afirmou neste sábado o presidente da instituição, Alexandre Tombini, referindo-se às reservas internacionais do país, que foram ampliadas em quase 90 bilhões de dólares nos últimos dois anos.
"Esse colchão permite ao Banco Central, nesse período de transição, marcado por níveis mais elevados de volatilidade e pelo aumento da aversão ao risco, ofertar proteção (hedge) aos agentes econômicos e, se necessário, liquidez aos diversos segmentos do mercado", disse Tombini durante o encerramento do 6o Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão (SP).
Segundo ele, o Brasil está preparado para enfrentar a volatilidade dos mercados porque seu sistema financeiro está "sólido, com elevados níveis de capital, liquidez e provisões", e o BC adotará as "providências necessárias" para assegurar a estabilidade do sistema financeiro e da economia.
Na semana passada, o Banco Central anunciou o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra. Pelo menos até o final do ano, o BC realizará semanalmente leilões de swap cambial no montante de 2 bilhões de dólares, e de venda com compromisso de recompra, no total de 1 bilhão de dólares.
"Se necessário, realizaremos operações adicionais", afirmou Tombini.
Segundo ele, este programa ofertará aos agentes econômicos proteção cambial superior a 100 bilhões de dólares, considerando o montante que já foi ofertado até o momento.
"Nossa estratégia é clara: utilizaremos nosso amplo rol de instrumentos para reduzir volatilidade excessiva e mitigar potenciais riscos à estabilidade financeira", disse.
As declarações de Tombini ocorreram após críticas sobre a falta de clareza a respeito da estratégia do BC, feitas durante o evento por economistas --entre eles Gustavo Franco, ex-presidente da autoridade monetária.
Mais cedo neste sábado, Franco afirmou que o mercado não sabe quais são as prioridades do Banco Central e quais políticas serão usadas para atingi-las.
"As perguntas ainda dominam, e apenas a clareza poderá acabar com a volatilidade", disse.