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BC faz dois leilões, mas dólar cai à mínima em 9 meses

Mesmo com a agenda fraca, o viés nos mercados externos era favorável a ativos considerados de mais risco

A moeda norte-americana caiu 0,17 por cento, a 1,720 real na venda, mesmo com dois leilões de compra de dólar (.)

A moeda norte-americana caiu 0,17 por cento, a 1,720 real na venda, mesmo com dois leilões de compra de dólar (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2010 às 23h07.

São Paulo - O dólar terminou a semana na menor cotação em nove meses, marcando a oitava baixa seguida frente ao real, em meio ao ambiente mais favorável ao risco no exterior.

A moeda norte-americana caiu 0,17 por cento, a 1,720 real na venda, mesmo com dois leilões de compra de dólar no mercado à vista feitos pelo Banco Central. Esta foi a terceira sessão consecutiva em que o BC atuou duas vezes.

"O mercado lá fora está com apetite por risco, e isso foi mais forte que os leilões", disse o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato.

Mesmo com a agenda fraca, o viés nos mercados externos era favorável a ativos considerados de mais risco, com redução dos temores de uma nova recessão global.

Dados na China ampararam tal visão. As importações do país saltaram 35,2 por cento em agosto sobre o mesmo período do ano anterior, superando a alta de 22,7 por cento de julho e as previsões de 26,1 por cento no mercado.

A reação de investidores foi positiva, principalmente porque o número indica fortalecimento da demanda chinesa, considerada um dos principais motores do crescimento global.

Assim, as bolsas de valores nos Estados Unidos subiram, mesmo movimento das commodities e do euro. Moedas de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano e o canadense, se valorizaram.

A sequência de quedas do dólar no mercado doméstico, a maior desde junho do ano passado, ocorreu mesmo com as compras duplas de dólar pelo Banco Central. Segundo profissionais do mercado, a perspectiva de ingressos de recursos tem prevalecido.

"A gente até esperava que o BC atuasse mais fortemente, comprando mais. Mas os dados lá fora têm vindo melhores e desse jeito está difícil o dólar cair", acrescentou o operador.

Analistas do BNP Paribas no Brasil apontaram, em relatório, que "o diferencial no crescimento e o 'carry trade' favorável são dois elementos que amparam essa visão" de força do real.

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