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BC atua forte e dólar sobe só 1%, após superar R$3,50 no intradia

Com a forte turbulência no mercado cambial no Brasil, o BC voltou a atuar fortemente nesta sessão, com três leilões de swaps tradicionais

Dólar: a preocupação é de que a política econômica de Trump seja inflacionária e, assim, obrigaria o Fed a elevar os juros (leviticus/Thinkstock)

Dólar: a preocupação é de que a política econômica de Trump seja inflacionária e, assim, obrigaria o Fed a elevar os juros (leviticus/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 17h08.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 17h27.

São Paulo - O dólar fechou com alta de cerca de 1 por cento nesta sexta-feira, terceiro pregão seguido de valorização, mas longe das máximas do dia após forte atuação do Banco Central no mercado do câmbio diante do nervosismo que abalou os investidores diante da nova cena política nos Estados Unidos com a eleição de Donald Trump como presidente da maior economia do mundo.

O dólar avançou 0,92 por cento, a 3,3923 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 27 de junho (3,3946 reais), após bater 3,5088 reais na máxima do pregão, com alta de mais de 4 por cento. O dólar futuro avançava cerca de 0,6 por cento no final desta tarde.

Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 4,99 por cento e de 7,1 por cento nos três pregões.

"O BC cumpriu sua função de atuar para corrigir os exageros do mercado e deve continuar a agir assim. Mas o dólar deve retomar o nível de 3,50 reais por conta desse cenário que é propício à especulação", comentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Só na véspera, o dólar já havia saltado 4,73 por cento, a maior alta desde outubro de 2008.

A vitória de Trump na corrida à Casa Branca tem deixado os mercados financeiros globais temerosos, diante de suas posições mais radicais e imprevisibilidade.

A preocupação é de que sua política econômica seja inflacionária e, assim, obrigaria o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar os juros, com potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

Por isso, o dólar teve novamente um dia de altas expressivas sobre outras moedas de países emergentes, como o peso mexicano.

Com a forte turbulência no mercado cambial no Brasil, o BC voltou a atuar fortemente nesta sessão, com três leilões de swaps tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

Desde abril passado ele não usava esse instrumento, atuando apenas por meio de swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares.

No primeiro, ofertou e vendeu o lote total de até 15 mil swaps tradicionais para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro, que totalizam 6,490 bilhões de dólares.

Mesmo assim, o dólar continuou pressionado, levando o BC a anunciar a venda de mais 20 mil contratos, mas não para rolar os contratos que vencem no próximo mês, em dois leilões.

Foram vendidos 19.050 papéis. Ao todo, o BC vendeu o equivalente à 1,7 bilhão de dólares em swaps tradicionais, cujo estoque estava na casa de 24 bilhões de dólares na véspera.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira que a autoridade monetária continuará atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, o que dá "conforto" para a ação do BC.

Ilan, que participou de evento no Chile sobre bancos centrais, disse ainda que o câmbio flutuante no Brasil é uma importante ferramenta e repetiu que o BC somente reduzirá o estoque de swaps tradicionais quando as condições de mercado permitirem.

Nos últimos meses, o BC vinha diminuindo o estoque de swaps tradicionais --que chegou a superar 100 bilhões de dólares-- por meio de leilões quase diários de swaps reversos.

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