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BBCE quer câmara de compensação até março

Implantação de uma plataforma de negociação de energia elétrica no mercado livre deverá ocorrerá após acordo com parceiro com experiência


	Torre de energia elétrica: ter uma câmara de compensação é um dos passos necessários para que a plataforma de energia se torne uma bolsa
 (Wikimedia Commons)

Torre de energia elétrica: ter uma câmara de compensação é um dos passos necessários para que a plataforma de energia se torne uma bolsa (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 16h19.

São Paulo - O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), plataforma de negociação de energia elétrica no mercado livre, pretende implantar uma câmara de compensação (clearing house) até março de 2014, o que ocorrerá após acordo com parceiro com experiência no setor.

"Espero estar com todos os acordos finalizados neste ano... Eu acho que primeiro de março é uma data factível para implantar (a câmara de compensação)", disse o presidente da BBCE, Victor Kodja, à Reuters nesta segunda-feira.

Ter uma câmara de compensação é um dos passos necessários para que a plataforma de energia se torne uma bolsa. Para passar a esta fase precisará de aprovações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central.

Kodja se diz otimista quanto às aprovações porque o parceiro para implantação da câmara, cujo nome ainda não pode ser divulgado devido a uma acordo de confidencialidade, tem experiência no setor de bolsa e de câmara. "Muita coisa já está sendo feita pelo parceiro. Ele está bem adiantado".

A BBCE também quer implantar um produto de energia futura com liquidação financeira. O modelo do produto já está pronto e a negociação inicialmente deve ser com produtos de curto prazo.

"Vamos iniciar com o curto prazo...Em mercados consolidados, o mercado de curto prazo é de no mínimo 80 por cento", disse, ao acrescentar que o produto futuro inicialmente deve ser mensal, com negociação para 3 meses, por exemplo.

A BBCE, atualmente, tem 13 sócios e espera adesão de entre 2 a 5 mais sócios até o fim do ano. A plataforma de negociação de energia conta ainda com 85 acessantes.


Kodja disse que esses números estão dentro das metas que para o ano, apesar de uma certa desaceleração dos volumes negociados na plataforma neste ano em relação ao ano passado.

Em setembro, houve a negociação de 280 megawatts (MW) médios de energia, segundo ele, ante cerca de 400 MW médios no mesmo mês de 2012. Mudanças regulatórias nos últimos meses prejudicaram a liquidez no mercado livre e o giro de negociações na plataforma, por causa das incertezas criadas.

"As comercializadoras se posicionaram de maneira diferente neste ano. Em vez de fazer mais giro, montaram mais posições, compraram ou venderam para o ano e ficaram segurando essas posições. A impressão que tenho é que havia a expectativa de preços elevados", disse ele.

A mudança do cálculo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que serve como base para a formação de preços no curto prazo, foi uma das alterações que afetaram o comportamento do mercado livre neste ano. Havia a expectativa do mercado de aumento do PLD com a implantação do novo cálculo, a partir de setembro, já que a nova fórmula passa a incorporar o custo de térmicas despachadas fora da ordem de mérito.

Apesar da desaceleração dos negócios, Kodja disse que o número de produtos ofertados na plataforma tem aumentado --com 8 a 11 tipos de produtos diferentes ofertados diariamente -- incluindo ofertas do Sul e Nordeste e não somente de produtos de energia no Sudeste. "São volumes grandes? Não. Mas, pelo menos todos os dias a gente tem oferta. Antes não tínhamos", disse.

Para 2014, os agentes operam com estimativa de preço de curto prazo de 135 a 145 reais por megawatt-hora (MWh), considerando o cenário regulatório atual, segundo Kodja, que vê o início de recuperação lenta do mercado livre a partir de 2014.

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