Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil (Nilton Fukuda/Perspectiva/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 10 de agosto de 2023 às 12h03.
O Banco do Brasil decidiu alcançou a marca de R$ 4,4 bilhões renegociados pelo conglomerado por meio do Desenrola, programa de renegociação criado pelo governo federal. A estatal decidiu ampliar internamente o programa, para além do público Faixa 2 que engloba clientes com renda mensal de até R$ 20 mil. O modelo do BB incluiu ainda renegociações com micro e pequenas empresas.
“Com a ampliação, potencializamos a busca pela recuperação de crédito. Fomos muito assertivos em ofertar a solução adequada de renegociação para os clientes”, afirmou a presidente do BB, Tarciana Medeiros, em coletiva com jornalistas na manhã desta quinta-feira, 10.
A expectativa do BB é que o programa tenha um impacto nos números, com possível redução na inadimplência. O banco, no entanto, ainda não tem dados consolidados. “Nos próximos 30 dias teremos noção mais adequada de qual será o impacto de resultado”, disse Medeiros.
Do montante de R$ 4,4 bilhões já renegociados, cerca de R$ 4,1 bilhões vieram do Banco do Brasil e o restante da Ativos, empresa do grupo. Dos 264 mil clientes do BB que renegociaram dívidas neste período, 85 mil fazem parte do público Faixa 2. Eles foram responsáveis pela renegociação de R$ 725 milhões.
Outros 160 mil clientes pessoas físicas renegociaram no modelo ampliadas pelo BB, com montante de R$ 2,5 bi. O conglomerado registrou também 19 mil micro e pequenas empresas no movimento de renegociação, com movimentação de R$ 960 milhões.
“Já esperávamos que o Desenrola trouxesse um movimento pela adimplência. O que fizemos foi antecipar a estratégia e ela surtiu resultado, trazendo uma movimentação de carteira renegociada mesmo antes do programa”, afirmou Felipe Prince, vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do Banco do Brasil, em teleconferência para comentar os resultados do banco.
O BB oferta descontos de até 25% nas taxas de juros de renegociação, descontos de até 96% nas dívidas e prazo de até 120 meses para pagamento, para os públicos selecionados.
O BB apresentou lucro líquido ajustado de R$ 8,7855 bilhões no segundo trimestre de 2023, crescimento de 11,7% na comparação com o mesmo período de 2022. Na comparação trimestral, o indicador subiu 2,8%.
O resultado ficou acima das expectativas dos analistas compiladas pela Bloomberg, que estimavam um lucro de R$ 8,663 bilhões. O indicador foi o maior do setor bancário no trimestre, acima do registrado por Itaú, Bradesco e Santander.
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