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BB já caiu 17% este ano na bolsa. Mas o Safra alerta: ainda não está barato

Cruzamento de dados de crédito rural aponta um terceiro trimestre ainda pior para o Banco do Brasil

Banco do Brasil (BBAS3) supera marca de R$ 300 milhões pagos em cashback (SOPA Images/Getty Images)

Banco do Brasil (BBAS3) supera marca de R$ 300 milhões pagos em cashback (SOPA Images/Getty Images)

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 16h27.

Após o Banco do Brasil (BBAS3) divulgar o resultado do segundo trimestre de 2025 com queda 60% no lucro líquido, a presidente do banco, Tarciana Medeiros, expressou confiança na recuperação e mandou recado aos investidores. "Quem tem, mantenha; quem não tem, compre", disse ela.

Mas para alguns agentes do mercado, o tombo de quase 18% que o banco levou na bolsa este ano ainda não chegou ao fim. O Safra acredita que o valor da ação pode recuar ainda mais.

Pelos cálculos do Safra, com base em informações disponibilizadas pelo Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central, a inadimplência do agronegócio entre os grandes bancos, principal pivô da queda de rentabilidade do BB, continuou a se deteriorar em julho. O banco aponta um crescimento de 100 pontos-base nas provisões para empréstimos não honrados nesse segmento.

"Estamos supondo que essa deterioração vem sobretudo do Banco do Brasil, dado a grande fatia que o banco tem nesse mercado", diz o relatório do Safra.

Um terceiro trimestre pior que o segundo

Com base nesse dado, o Safra acredita que o BB pode ter um terceiro trimestre ainda pior que o segundo em termos de perda de crédito esperada e rentabilidade. "Não esperamos uma recuperação material [da inadimplência no agro] em agosto ou setembro", diz o relatório.

O Safra reitera recomendação neutra para o BB e “postura cautelosa”. O preço-alvo da ação, porém, foi reduzido de R$ 26 para R$ 23.

Dividendos ainda mais magros

Assim sendo, o Safra vê assimetria de risco negativa na avaliação de que a ação do Banco do Brasil estaria barata, considerando o atual ambiente de crédito macroeconômico relacionado ao agronegócio.

O payout, percentual de lucro distribuído aos acionistas, foi revisado para baixo e passou para 30% na divulgação do resultado do segundo trimestre do BB. Como houve distribuição de 35% no primeiro semestre do ano, isso deve implicar em um pagamento de 25% no segundo semestre, e um rendimento ainda menor por ação.

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