Cenário econômico mundial prejudica o desempenho e as perspectivas para Suzano e Fibria (GERMANO LUDERS)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2012 às 20h17.
São Paulo – O BB Investimentos refez sua estimativa de preço potencial para as ações da Fibria (FIBR3) e da Suzano (SUZB5). Por conta das incertezas no cenário macroeconômico mundial, que acabaram prejudicando o desempenho e as perspectivas para as companhias brasileiras produtoras de papel e celulose, o analista Victor Penna recomenda cautela ao investidor. O preço potencial projetado pela corretora para dezembro de 2013 é de 19,30 reais para os papéis da Fibria e de 6,60 reais para os da Suzano, o que corresponde a uma valorização de 20,6% e 58,3%, respectivamente.
A alteração leva em conta as mudanças no mercado mundial. A Europa, que era o principal mercado consumidor de celulose, está cada vez mais assumindo um papel menor como destino das exportações, enquanto a China vem aumentando a sua participação. Para o segmento de papel, o foco deve continuar sendo o mercado interno e a América Latina.
A análise destaca que a Fibria é mais exposta à volatilidade do segmento de celulose, em que as variações que podem ocorrer em câmbio e preço afetam rapidamente o faturamento e as margens. Mas, por outro lado, por ser um segmento de alta rentabilidade, a empresa tende a apresentar margens melhores em um ambiente próspero. Já a Suzano tem a vantagem de manter certa exposição ao segmento de papel, em que as variações em volumes e preços são menores. De forma geral, as duas empresas se mostram bem posicionadas no mercado.
Com a fusão entre a VCP e a Aracruz, a Fibria herdou passivos financeiros que a levaram a melhorar sua estrutura financeira. Ações como a venda de ativos, retenção de lucros referente aos dividendos obrigatórios e o alinhamento do fluxo de caixa para manter a empresa saudável e sustentável reforçaram seus diferenciais competitivos. Entre suas vantagens, destacam-se a liderança mundial no mercado de celulose, a base sólida de clientes, os baixos custos de produção e a autossuficiência energética. Já os riscos estão na exposição total ao segmento de celulose, no aumento nos custos de matéria prima, na volatilidade cambial e no excesso de oferta de celulose no mercado.
A Suzano, que completa 100 anos em 2024, está se focando no aumento da produtividade, na plantação de florestas renováveis e no crescimento da produção de celulose com a nova planta do Maranhão, que será inaugurada em 2013. Suas vantagens estão nas operações verticalizadas, nos investimentos em expansão da capacidade, na diversificação de produtos e mercados, nos baixos custos de produção e também na autossuficiente em energia elétrica. Os riscos são parecidos com os enfrentados pela Fibria, além da alta necessidade de capital para os investimentos que já estão em execução.