Bayer vem lutando contra os julgamentos do Roundup nos EUA desde que concluiu a aquisição da Monsanto (Sean Gallup/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de março de 2025 às 15h41.
Última atualização em 22 de março de 2025 às 15h56.
A Bayer foi condenada por um júri no estado americano da Geórgia a pagar cerca de US$ 2,1 bilhões ao autor de uma ação que alegou que o herbicida Roundup causou câncer. Esse é o mais recente revés em uma série de litígios que já custaram à empresa alemã cerca de US$ 10 bilhões.
O veredito, proferido na sexta-feira à noite, inclui US$ 65 milhões em danos compensatórios e US$ 2 bilhões em danos punitivos, de acordo com um comunicado dos escritórios de advocacia Arnold & Itkin LLP e Kline & Specter PC, representantes do autor da ação.
A Bayer discorda da decisão e recorrerá, afirmou um porta-voz em comunicado enviado neste sábado. No passado, a empresa conseguiu reduzir esses danos em até 90% em comparação com os valores originais estabelecidos pelos júris em casos que chegaram ao julgamento final.
A companhia reafirmou seu compromisso de "apoiar totalmente a segurança dos produtos Roundup" e está atualmente apelando de casos anteriores, com a possibilidade de levar o processo até a Suprema Corte dos EUA, informou.
A Bayer tem enfrentado julgamentos relacionados ao Roundup nos EUA desde que concluiu a aquisição de US$ 63 bilhões da gigante agrícola Monsanto em 2018. Embora tenha vencido 17 dos últimos 25 julgamentos sobre o assunto, perdeu alguns casos em que os júris concederam bilhões em danos. Mesmo com a redução significativa dos danos, em muitos desses casos, milhares de novos demandantes processaram a empresa.
O CEO Bill Anderson prometeu conter a maioria dos litígios relacionados ao Roundup até 2026. A empresa já gastou cerca de US$ 10 bilhões dos US$ 16 bilhões que reservou para resolver as ações judiciais relacionadas ao produto.
As ações da Bayer caíram mais de 70% desde que o acordo com a Monsanto foi concluído, com muitos investidores apontando os problemas legais como um obstáculo para a compra das ações da empresa.