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Bancos europeus registram lucro recorde em 2024 com alta de margens e menor inadimplência

Setor bancário se beneficia de condições favoráveis e fusões ganham força na Europa

Lucros recordes impulsionam fusões e dividendos (Jakub Porzycki/Getty Images)

Lucros recordes impulsionam fusões e dividendos (Jakub Porzycki/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 16h40.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 16h47.

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Os bancos Santander (espanhol), Intesa Sanpaolo (italiano) e BNP Paribas (francês), três gigantes europeus, obtiveram lucro recorde no ano passado, ilustrando o bom momento do setor bancário.

Em 2024, os bancos aproveitaram o aumento das comissões, uma margem maior nos empréstimos e uma inadimplência menor, fatores que permitiram esses resultados, explicou à AFP David Benamou, diretor de investimentos da Axiom AI.

Os bancos também se beneficiaram de um forte dinamismo comercial e da euforia de certos mercados após a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

Lucros bilionários e crescimento expressivo

Com forte presença na Europa e na América Latina, o Santander segue mostrando excelente desempenho financeiro em relação a seus concorrentes.

O banco anunciou, na quarta-feira, um lucro líquido recorde de 12,5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 75 bilhões na cotação da época), um aumento de 14%.

O BNP Paribas veio logo depois, com um lucro líquido de 11,7 bilhões de euros (cerca de R$ 70 bilhões, um aumento de 4%), enquanto o Intesa Sanpaolo faturou mais 12%, totalizando 8,7 bilhões de euros (R$ 52 bilhões).

Além disso, outros bancos também registraram lucros históricos em 2024:

  • O BBVA, segundo maior banco da Espanha, superou pela primeira vez a marca simbólica de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 60 bilhões);
  • O Commerzbank, segundo maior banco da Alemanha, também registrou lucro recorde de 2,68 bilhões de euros (cerca de R$ 16 bilhões).

Fusões e expansão no radar

Os bancos europeus "continuarão aproveitando as condições creditícias favoráveis em 2025 para consolidar suas posições financeiras e comerciais, e desenvolver suas ambições", destacaram analistas da S&P em uma nota publicada em janeiro.

Os ganhos históricos também estimulam os bancos a ampliar suas operações por meio de aquisições e fusões.

  • O Unicredit, da Itália, avalia a compra do Banco BPM;
  • O Commerzbank, da Alemanha, também está no radar de aquisições;
  • O BNP Paribas considera comprar a área de gestão de ativos da seguradora Axa.

“Se 2024 foi um ano de resultados excepcionais, 2025 promete ser um teste para o setor”, alerta Mathieu Gosselin, da consultoria Bartle.

Impacto da volta de Trump e tributação dos lucros

Os efeitos da volta de Trump à Casa Branca foram inicialmente benéficos, mas os bancos europeus seguem menos competitivos que os americanos, que não estão sujeitos às mesmas regulações.

Os grupos bancários estão dedicando uma parte substancial dos seus lucros aos acionistas, aumentando os dividendos e lançando programas de recompra de ações.

Além disso, os bancos também precisam reservar valores para impostos nos países onde operam:

  • O Santander reservou, no início de 2024, 335 milhões de euros (cerca de R$ 1,6 bilhão) para o imposto excepcional imposto pelo governo do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez;
  • O BNP Paribas, segundo estimativas do orçamento francês para 2025, deverá pagar algumas dezenas de milhões de euros em impostos adicionais, afirmou seu vice-presidente-executivo, Thierry Laborde.
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