"Acalmando um pouco volta a R$ 1,75 ou menos e então é o momento de contabilizar os lucros", diz o economista (.)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2010 às 17h41.
São Paulo - A forte oscilação dos mercados financeiros deve resultar em enormes ganhos para os bancos brasileiros no mercado cambial, afirma o economista-chefe da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme. "'Os bancos estão nadando de braçadas' no nosso mercado de câmbio e certamente realizarão enormes ganhos com toda a turbulência e volatilidade que tem estado presente", avisa Nehme.
Na quinta-feira (6), o dólar comercial disparou durante o dia. A moeda americana chegou a ser negociada por 1,891 real, uma alta 5,17%. Era o maior nível desde 23 de outubro de 2008, auge da crise financeira internacional. A variação encostou no limite de 6% imposto pela BM&FBovespa nas negociações no mercado futuro. Nesta sexta-feira (7), entretanto, o dólar opera com baixa de quase 1%.
Segundo o economista, os bancos estão aumentando as posições vendidas no mercado à vista, chegando a 2,9 bilhões de dólares no último dia 30. Além disso, ampliaram também as posições vendidas no mercado futuro, que ontem foram de 3,5 bilhões de dólares para 5,9 bilhões de dólares. Ele afirma que os bancos elevaram ontem as transações no mercado interbancário em operações feitas para apenas apreciar ou depreciar o preço.
"A taxa cambial no Brasil e no mundo é um sensor imediato do grau de incerteza, e muito embora esta não nos afetasse com tamanha grandeza, o momento era propício para estimular a alta. E assim foi feito, e provocou aumento da demanda no mercado à vista e no mercado futuro de dólar e ficou tudo de bom para os bancos", explica ele em nota.
Para ele, isso deixa evidente que os bancos sabem que no mercado de câmbio brasileiro nem tudo o que se aparenta efetivamente está ocorrendo. "Joga o jogo quem sabe jogar. Acalmando um pouco volta a R$ 1,75 ou menos e então é o momento de cobrir as posições 'vendidas' atuais e contabilizar os lucros", finaliza o economista da NGO.