Editora do EXAME IN
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 07h35.
Em meio a um processo de ajuste de estratégia, com redução na cessão de carteira de crédito, o Banco Pan registrou lucro líquido R$ 191 milhões, queda de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O retorno sobre patrimônio líquido passou de 11,7% para 11,3%.
“É um efeito da redução de cessões de carteira. Excluindo esse fator, o ROE teria ficado acima dos 13,8% do primeiro trimestre”, aponta o CEO do Pan, André Calabró.
O executivo, egresso da área de special situations do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), assumiu o comando do banco em fevereiro deste ano e vem conduzindo mudanças estratégicas.
O banco, que tem o BTG com acionista majoritário, está cedendo menos carteiras de crédito, o que tem um impacto no curto prazo, mas aos poucos vai compondo mais receita, além de reduzir despesas, na medida em que vai tornando a estrutura mais simples, ao eliminar processos para acompanhar a carteira cedida.
“E é importante dizer que só é possível reduzir a carteira cedida porque hoje temos balanço para isso”, ressalta o executivo.
Com uma política mais conservadora de concessão, especialmente para os créditos sem garantia, como o de cartão de crédito, o Pan viu a inadimplência acima de 90 dias ficar praticamente estável em relação aos três meses anteriores, em 8,3%. O indicador entre 15 e 90 dias, no entanto, teve queda importante, de 9,9% para 9,2%.
A carteira de crédito do Pan cresceu 18% na comparação anual, para R$ 57,8 bilhões, com avanço principalmente nas linhas de veículos e de motos, carros-chefe do banco, além do crédito consignado privado.
O banco encerrou o segundo trimestre com uma carteira de R$ 1,1 bilhão na nova modalidade, que passou a vigorar em abril e, ao fim de julho, já tinha chegado a R$ 1,5 bilhão. O Pan é o sexto maior banco em concessões na nova linha.