Carlos Eduardo Guimarães, o Cadu, CEO do Banco Pan (Banco Pan/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 2 de novembro de 2023 às 13h25.
Última atualização em 2 de novembro de 2023 às 15h29.
Depois de dois anos de pé no freio, o Banco PAN (BPAN4) vai retomar a originação do cartão de crédito. “Estamos prontos para retomar o crescimento de maneira conservadora, tanto dentro da base quanto para novos clientes”, afirmou Carlos Eduardo Guimarães, CEO do PAN, em coletiva com jornalistas nesta quarta-feira, 1º.
O PAN chegou em um piso em relação ao cartão de crédito, segundo Guimarães. O banco controlado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) registrou uma queda de 76% nas emissões em comparação com o quarto trimestre de 2021, quando começou a segurar as linhas mais arriscadas de investimento.
Agora, a companhia vê uma melhora nos índices de inadimplência que corrobora a retomada do crédito. O indicador de longo prazo, com créditos vencidos acima de 90 dias, caiu 0,1 ponto percentual (p.p.) na comparação trimestral. Já o indicador curto, entre 15 e 90 dias, caiu 0,2 p.p. em base trimestral. “Se continuarmos neste ritmo, o pico da inadimplência terá ficado para trás. Para os próximos trimestres, esperamos uma leve tendência de queda”, disse.
O foco é crescer dentro da base, mas também buscar novos clientes – no que o jargão de mercado chama de “mar aberto”. Junto com a retomada, o PAN planeja reformular o produto do cartão de crédito para excluir os juros do rotativo. A linha é a mais cara do setor e tem sido alvo de controvérsia, com a imposição de um novo teto por parte do Congresso no mês passado.
“Independente do que tá sendo discutido no mercado, precisamos ter um produto que o cliente entenda melhor. Não acreditamos no rotativo porque é complexo, acreditamos em uma comunicação simples”, defendeu o CEO.
Vale lembrar, no entanto, que atualmente a carteira de crédito do PAN tem apenas 6% de cartões. Os outros 94% do portfólio são de produtos com garantias. Do total, 51% correspondem a operações de financiamento de veículos, que apresentou crescimento de 26% em base anual e puxou o crescimento da carteira. A carteira de crédito do Banco PAN fechou o trimestre em R$ 39,2 bilhões, alta de 8% ano a ano.
Entre os planos para o futuro, o Banco PAN pretende também expandir as operações para parte da classe B, de renda mais próxima à média. Atualmente o banco é focado nas classes C, D e E.
O Banco PAN teve um lucro líquido ajustado de R$ 198 milhões no terceiro trimestre, perto da estabilidade, registrando leve alta de 2,6% frente aos R$ 193 milhões apresentado em igual período do ano anterior.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado indicador que mostra a capacidade de um banco em rentabilizar seu capital, ficou em 11,5% no trimestre. Entre julho e setembro do ano passado, o ROE do PAN havia sido de 11,7%.
O PAN encerrou o trimestre com 27 milhões de clientes, avanço de 21% na comparação anual. Frente ao trimestre anterior, o banco ganhou 1 milhão de novos clientes.
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