Banco PAN encerrou o trimestre com 26 milhões de clientes (Banco Pan/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 3 de agosto de 2023 às 07h22.
Última atualização em 3 de agosto de 2023 às 15h54.
O Banco PAN (BPAN4), controlado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), teve um lucro líquido ajustado de R$ 191 milhões, em linha com o resultado de R$ 193 milhões apresentado em igual período do ano anterior. O balanço ficou acima do consenso de mercado, que estimava um lucro de R$ 175 milhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado indicador que mostra a capacidade de um banco em rentabilizar seu capital, ficou em 11,2% no trimestre. Entre abril e junho do ano passado, o ROE do PAN havia sido de 11,9%.
O PAN encerrou o trimestre com 26 milhões de clientes, avanço de 24% na comparação anual.
A carteira de crédito do Banco PAN fechou o trimestre em R$ 38,1 bilhões, alta de 6% ano a ano. Na comparação trimestral, no entanto, a carteira apresentou queda de 3%. A originação teve queda no trimestre impactada pelo consignado, que recuou 5%.
No caso do consignado, grande parte da baixa veio de um imbróglio em relação ao teto do consignado para o INSS que paralisou as concessões em meados de março. Outro ponto, este ainda não resolvido, é a suspensão do INSS para empréstimos consignados para beneficiários do BPC/Loas (Benefício de Prestação Continuada). A projeção é que a modalidade seja retomada em agosto.
O portfólio do PAN segue consevador, com 92% da carteira sendo de empréstimos com garantias, mas o trimestre marcou uma mudança no mix, com crescimento de 23% nas operações de financiamento de veículos, que passaram de 45% para 49% de participação na carteira. Entre os financiamentos do setor, o PAN destacou a originação de empréstimos para motos, segmento em que é líder com mais de 30% de participação de mercado.
“Encerramos mais um trimestre com desempenho sólido e postura conservadora na concessão de crédito. Mantivemos nosso foco na originação de produtos colateralizados com margens crescentes, já precificando o aumento esperado da inadimplência”, afirmou, em nota, Carlos Eduardo Guimarães, CEO do Banco PAN.
O nível de inadimplência acima de 90 dias subiu e fechou junho em 8%, contra um valor de 6,7% em igual período do ano anterior. A alta, segundo o PAN, veio na esteira da mudança no mix da carteira. A expectativa do banco é que o nível se mantenha no patamar dos 8% e recue ao longo do próximo ano.
O PAN anunciou ainda participação no Desenrola, programa de renegociação de dívidas do Governo Federal. Segundo nota da companhia, a medida será um “importante apoio na organização financeira dos seus clientes”.