Joe Biden, presidente dos Estados Unidos: Casa Branca alerta para possível invasão da Ucrânia pela Rússia | Foto: Michael Reynolds/Pool/AFP (MICHAEL REYNOLDS/POOL/AFP/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 07h05.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2022 às 07h47.
Os mercados globais iniciam a semana em queda intensa com investidores atentos aos sinais cada vez mais claros de aumento de juros nos Estados Unidos e à escalada de tensões na Ucrânia.
Às 7h, bolsas europeias e futuros em Nova York operavam com perdas:
As preocupações sobre um possível conflito no Leste Europeu ganharam força nesse fim de semana, com ameaças de sanções do governo Joe Biden, nos Estados Unidos, e declarações de seu Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. Segundo Sullivan, a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento nos próximos dias.
Os efeitos no mercado são sentidos no preço do petróleo, que chegou a ser negociado a 96 dólares o barril pela manhã e tem sido negociado em seu maior patamar desde 2014.
Temores sobre possíveis sansões no fornecimento de gás e petróleo russos estão por trás da recente valorização da commodity. O cenário, embora desafiador em nível global, tem beneficiado ações de petroleiras brasileiras. A Petrobras (PETR3, PETR4) acumula mais de 15% de alta no ano, enquanto o petróleo do tipo Brent já subiu cerca de 20%.
Veja a seguir outros destaques desta segunda-feira e da semana que começa:
Ações ligadas à commodities têm contribuído com o bom momento do Ibovespa neste início de ano. Mas o setor bancário também tem despontado como fator positivo. Os papéis do Itaú (ITUB4) disparam quase 6% no último pregão, após o resultado e as perspectivas do banco para 2022 terem agradado os investidores. O bom humor fez as ações do Banco do Brasil (BBAS3) subirem 3,5%, antes da divulgação de seu balanço, previsto para esta noite.
O Banco do Brasil deve apresentar lucro líquido de 4,798 bilhões de reais no quarto trimestre, segundo consenso da Bloomberg colhido antes do início da temporada de balanços. Caso confirmado, o resultado será 50% superior ao registrado no mesmo período de 2020. Veja aqui o que esperar do resultado do BB.
O dia ainda será marcado pelos balanços das principais empresas de açúcar e etanol da bolsa: Raízen (RAIZ4) e São Martinho (SMTO3). O lucro da Raízen, segundo analistas do BTG Pactual, deve crescer 46,1% na comparação anual para 1,162 bilhão de reais, com a receita subindo para 49,670 bilhões de reais. Engie Brasil (EGIE3) e Itaúsa (ITSA4) também divulgam seus resultados nesta segunda, todos após o encerramento do pregão.
As ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) deixam de ser negociadas na B3 a partir desta segunda, após a fusão da empresa com a Hapvida (HAPV3) ter sido completada. Os acionistas receberão 5,244 ações da Hapvida por ação da Intermédica mais 5,166 reais por ação. O crédito efetivo das novas ações ocorrerá na quarta-feira, dia 16. Os acionistas da Intermédica ainda receberão 1,61 reais por ação em forma de dividendos extraodinários.
A principal divulgação macroeconômica do dia ficará a cargo do boletim Focus, com a atualização das expectativas de mercado recolhidas semanalmente pelo Banco Central. Na última edição, economistas elevaram as expectativas do IPCA de 2022 para 5,44% -- o teto da meta é de 5,00% -- e reduziram as estimativas do PIB de 2023 para 1,53%.
Dados de inflação devem seguir nos holofotes nesta semana, conforme investidores seguem monitorando os próximos passos dos bancos centrais.
O Índice de Preço ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês) será divulgado nesta terça, dia 15, mesmo dia que sai o IGP-10 de fevereiro no Brasil. Na quarta, será a vez dos números de vendas do varejo dos Estados Unidos em janeiro e da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.
Na frente de balanços corporativos, os principais destaques devem ficar com os resultados do BTG Pactual (BPAC11) e Weg (WEGE3), que saem na quarta-feira, dia 16.
O resultado da Cosan (CSAN3) sai na sexta-feira, dia 18, e o da PetroRio (PRIO3), na terça-feira, 15.