A semana começou espetacular para o Banco do Brasil na bolsa. Desde segunda-feira o banco ganhou 6,6 bilhões de reais em valor de mercado após o anúncio de sua reestruturação. Não chega a ser uma surpresa: suas ações se tornaram um símbolo, ao lado das da Petrobras, da aposta de investidores em uma retomada da economia. As ações ordinárias do banco, atualmente na casa dos 26 dólares, dobraram de valor desde o início do ano – o melhor desempenho entre as instituições financeiras do país.

Após tantas altas, há quem enxergue que o movimento já é exagerado. “O anúncio da reestruturação foi positivo, mas a melhora nos resultados do banco ainda vai demorar – não adianta precificar isso agora. No curto prazo, o programa de aposentadoria implica em custos que vão pressionar os ganhos ao longo de 2017”, afirma Felipe Martins Silveira, analista da Coinvalores.

Para analistas do banco Goldman Sachs, o anúncio, apesar de positivo, já era esperado desde a entrada da nova gestão e estava parcialmente no preço da ação. “para um preço mais alto, precisamos ver mais evidências de melhoria na rentabilidade”, afirmam em relatório. A baixa rentabilidade, aliás, é uma das principais críticas de analistas e investidores que acreditam que a ação já subiu demais.

O Itaú, que tem uma alta de 56% em seus papéis este ano, tem uma rentabilidade sobre o patrimônio de 19%. Já o BB, que dobrou o valor de suas ações, tem uma rentabilidade de apenas 11,6%. Mas há quem ainda enxergue espaço para mais alta, o banco Santander mantém a ação como a sua principal recomendação de compra para o setor financeiro. Para o banco, os papéis podem passar dos atuais 26 reais para os 36 reais já no ano que vem, com uma melhora de rentabilidade.