Banco do Brasil (BBAS3): resultado do 3º trimestre vem acima do esperado por analistas (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)
Beatriz Quesada
Publicado em 9 de novembro de 2022 às 19h36.
Última atualização em 25 de novembro de 2022 às 09h13.
O Banco do Brasil (BBAS3) teve lucro líquido ajustado de R$ 8,36 bilhões, ganho de 62,6% na comparação anual. O resultado divulgado nesta quarta-feira, 9, ficou acima das expectativas de analistas, que esperavam um ganho de R$ 7,16 bilhões no período, segundo o consenso Bloomberg.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do terceiro trimestre foi de 21,8%, o que coloca o Banco do Brasil, mais uma vez, no patamar de rentabilidade dos pares privados. O resultado, inclusive, superou o reportado pelo Bradesco, que veio muito abaixo do esperado por analistas.
"Quando assumi a presidência do Banco do Brasil, nossa rentabilidade trimestral era inferior a 15% e muito nos orgulha entregar um retorno sobre patrimônio líquido de 21,8%, o que consolida um novo patamar de rentabilidade", afirmou, em nota, Fausto Ribeiro, presidente do BB. No segundo trimestre, o banco registrou um ROE de 20% pela primeira vez em quase uma década.
Segundo o banco, os bons números são resultado do bom desempenho da margem financeira bruta e da diversificação nas receitas com serviços, além do controle das despesas.
O banco teve um crescimento de 25% na margem financeira bruta, que mede os ganhos com operações de crédito e com a tesouraria. O indicador alcançou R$ 19,558 bilhões, impulsionado em parte pela receita com operações de crédito, que aumentou 50,6% nos últimos 12 meses. Os resultados da tesouraria também ajudaram com crescimento de 95,1%, na comparação anual.
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,5 bilhões no trimestre, um aumento de 14,6% na comparação anual, influenciadas, segundo o banco, pelo desempenho das receitas de seguros, previdência e capitalização (+20,6%) e de consórcios (+50,6%).
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 969,2 bilhões em setembro de 2022, um aumento de 19,0% na comparação com setembro de 2021 e de 5,4% em relação a junho de 2022.
O maior destaque ficou, mais uma vez, com a carteira de agronegócio, que subiu 26,7% na comparação anual. A carteira pessoa física ampliada cresceu 10,9% nos últimos 12 meses, enquanto a ampliada PJ avançou 20,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Já a carteira de negócios sustentáveis cresceu 13,9% em 12 meses.
Apesar do crescimento da carteira de crédito, a inadimplência ficou próxima da estabilidade, passando de 2% em junho deste ano para 2,3% em setembro.
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