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Banco Central deve elevar Selic para 13,25% diante de inflação persistente

Copom pode anunciar novo aumento dos juros nesta quarta-feira; mercado já precifica taxa em 14,25% em março

Copom pode anunciar novo aumento dos juros nesta quarta-feira; mercado já precifica taxa em 14,25% em março (Leandro Fonseca/Exame)

Copom pode anunciar novo aumento dos juros nesta quarta-feira; mercado já precifica taxa em 14,25% em março (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 10h22.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano na reunião desta quarta-feira. O movimento ocorre em meio à deterioração das expectativas de inflação e ao aumento da desconfiança dos investidores com a política fiscal. Para março, analistas já projetam um novo aumento, levando os juros a 14,25% ao ano.

O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, mostrou que o mercado espera um IPCA de 5,50% em 2025, acima do teto da meta de 4,50% perseguida pelo Banco Central. Essa é a 15ª revisão consecutiva para cima, reflexo do aumento da dívida pública e da percepção de que o governo tem adotado medidas fiscais ineficientes.

Além do cenário fiscal, incertezas adicionais, como a crise no IBGE e a recente instabilidade no sistema Pix, aumentam o pessimismo dos agentes econômicos. A insegurança sobre estatísticas oficiais reforça as dúvidas sobre a eficácia da política monetária no controle da inflação.

O dólar em alta também pressiona os preços, com projeções de que a moeda americana possa ultrapassar R$ 6,00. O impacto sobre os importados e a inflação de alimentos é significativo, já que exportadores ajustam preços ao mercado internacional.

A inflação de serviços segue acima de 8%, impulsionada por reajustes salariais e aumento do salário mínimo. Mesmo com juros elevados, os preços seguem pressionados, indicando que o problema é mais estrutural do que monetário.

Fed deve manter juros e avalia impactos das políticas de Trump

O Federal Reserve (Fed) deve manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% nesta quarta-feira, encerrando um ciclo de três cortes consecutivos que reduziram os juros em um ponto percentual desde setembro. Autoridades do banco central dos EUA sinalizam que a inflação segue mais resistente do que o esperado, o que reduz a necessidade de cortes adicionais no curto prazo. A decisão será divulgada às 16h, no horário de Brasília, seguida por uma coletiva de imprensa com Jerome Powell, presidente do Fed.

A política econômica do ex-presidente Donald Trump também entra na equação. Embora o Fed só apresente novas projeções em março, as atas da última reunião já indicavam que membros do Comitê de Política Monetária consideram os impactos das propostas de Trump sobre comércio, impostos, imigração e regulamentação. Outro ponto de atenção são as críticas públicas de Trump ao Fed, com o republicano afirmando recentemente que entende de juros “muito melhor” que Powell.

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