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Balanço da Vale (VALE3), IPCA-15 e PIB dos EUA: o que move o mercado

Bolsas internacionais e local operam em queda após índices de NY amargarem duras perdas na sessão anterior, devido à frustração de investidores com os balanços das big techs

Radar: quinta-feira, 22, é marcado por divulgação de indicadores importantes no Brasil e EUA (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Radar: quinta-feira, 22, é marcado por divulgação de indicadores importantes no Brasil e EUA (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 25 de julho de 2024 às 08h46.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 08h50.

Os mercados internacionais operam majoritariamente em queda na manhã desta quinta-feira, 22. Tanto os índices pré-futuro dos Estados Unidos, como o fechamento das bolsas da Ásia e a abertura do mercado europeu foram impactadas negativamente pela reação negativa de investidores aos balanços das big techs Tesla (TSLA34), montadora de veículos elétricos de Elon Musk, e Alphabet (GOGL34), controladora do Google.

Ontem, as bolsas de Nova York amargaram duras perdas, com os índices Nasdaq e S&P 500 registrando o pior desempenho diário desde 2022, o que impactou diretamente a bolsa brasileira. Hoje, no pré-mercado, o Ibovespa futuro ainda reflete o tom de pessimismo e recua.

Além dos balanços americanos, os resultados corporativos da Europa também mostram uma tendência mais negativa do que positiva para o segundo trimestre de 2024. A Stellantis (MIL: STLA), grupo que inclui as montadoras Fiat Chrysler e Peugeot, viu seu lucro cair 48% no primeiro semestre, e suas ações chegaram a cair 8,47% por volta das 7h40.

Já no mercado britânico, a Anglo American (LON: AAL) registrou uma queda de 0,60% no pré-mercado, depois de reportar um prejuízo no primeiro semestre devido a uma baixa contábil. Vale lembrar que a mineradora foi alvo de tentativas de aquisição pela BHP (NYSE: BHP) meses atrás. Mas, em contraste, as ações da Unilever (LON: ULVR) subiam 6,47% em Londres, também por volta das 7h40, após a multinacional anglo-holandesa anunciar uma receita semestral acima das expectativas.

Balanço de Vale (VALE3)

O mercado aguarda a divulgação hoje, após fechamento das negociações, do balanço da Vale (VALE) do segundo trimestre de 2024. Além da mineradora, Hypera (HYPE3) e Multiplan (MULT3) também divulgam seus números pós fechamento do mercado.

A expectativa de grandes bancos é que a mineradora reporte uma recuperação gradual em seus resultados. De acordo especialistas, a queda do preço do minério de ferro visto no período, pode ser compensada pelo aumento de vendas da commodity, além do avanço no preço de outros metais, como cobre e níquel.

O consenso Bloomberg projeta uma receita líquida em US$ 10,224 milhões, com lucro líquido de US$ 2,092 bilhões. As estimativas para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) é de US$ 4,283 bilhões, com a margem Ebitda em 41,9%.

IPCA-15 e arrecadação federal

De olho nos indicadores locais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h30, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, conhecido como a prévia da inflação no Brasil. O consenso LSEG prevê uma alta de 0,23% na base mensal e 4,38% na base anual. Em junho, o IPCA-15 ficou em 4,06% na comparação com junho de 2023, e 0,39% ante maio. Caso a expectativa se concretize, mostraria uma aceleração em 12 meses, mas uma desaceleração mensal, o que deve ajustar apostas para o Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem.

A Receita Federal também divulga, às 10h30, a arrecadação do governo federal de junho. A estimativa do LSEG prevê R$ 204,9 bilhões. Na segunda-feira, 22, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, antecipou os dados que serão divulgados hoje pelo fisco e disse que a arrecadação registrou uma alta real de 11,02% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, levando o resultado acumulado do primeiro semestre a registrar uma elevação real de 9%.

PIB dos EUA

Já nos Estados Unidos, o destaque entre os indicadores é a prévia do Produto Interno Bruno (PIB). Investidores acompanham de perto os números para ajustar as apostas do primeiro corte de juros pelo Fed. No momento, segundo a plataforma Fed Watch, a maior parte do mercado precifica que a primeira redução será em setembro.

Para o PIB, os economistas temem que, caso o indicador venha acima de 2%, atrase o ciclo de cortes do Fed. O consenso do FactSet prevê uma alta de 1,9%, mas outras projeções, como o Nowcast do Fed NY, aponta para 2,2%. Apesar do número acima de 2%, ambos mostrariam uma desaceleração ante o trimestre anterior que veio em 2,9%.

Agenda de Lula, Haddad e Campos Neto

O mercado também acompanha as agendas de autoridades nesta quinta-feira. No Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cumpre compromissos do G20 às 16h e tem reuniões bilaterais com Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Tesouro do Reino Unido ao longo do dia. Antes, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também participa do G20, às 9h.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião, às 15h, com o secretário especial para assuntos jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogerio de Souza. Na sequência, às 16h, Lula tem reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e às 17h, se encontra com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

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