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B3 nega que redução de tarifas esteja relacionada à chegada de concorrente

Segundo o presidente da Bolsa, a medida anunciada é fruto de um longo e detalhado processo para estimular o mercado brasileiro

Gilson Finkelsztain: novas tarifas terão um impacto negativo nas receitas da companhia no curto prazo, mas valor será compensado no médio prazo (Victor Moriyama/Bloomberg)

Gilson Finkelsztain: novas tarifas terão um impacto negativo nas receitas da companhia no curto prazo, mas valor será compensado no médio prazo (Victor Moriyama/Bloomberg)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 13h35.

Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 13h35.

São Paulo - A nova política de tarifação da B3 anunciada, nesta quinta-feira, trará estímulo ao crescimento da base de clientes pessoas físicas na bolsa brasileira. Foi o que afirmou o presidente da companhia, Gilson Finkelsztain, em teleconferência com a imprensa.

Finkelsztain destacou o momento favorável do país para o mercado de capitais, com o andamento da agenda de reformas nos últimos 18 meses, além da inflação sob controle e a taxa básica de juros (Selic) na mínima histórica. “Os princípios que guiam nosso novo modelo de tarifação são desconto progressivo para quem negocia mais, incentivo para o mercado de empréstimos de ativos e ampliação de volumes e liquidez.”

O executivo explicou que as novas tarifas terão um impacto negativo nas receitas da companhia no curto prazo, estimado em 250 milhões de reais. Entretanto, o valor será suavizado pelo aumento de volume de negócios. “Somos uma empresa de elevada alavancagem operacional e assumimos o compromisso de dividir os ganhos com nossos clientes. Como empresa líder, podemos oferecer esse tipo de benefício.”

O presidente da B3 negou que o anúncio de redução de tarifas ocorreu devido à proximidade da única bolsa brasileira ganhar um concorrente. No final do ano passado, a B3 chegou em um acordo com a ATS no processo em que essa pedia acesso à sua central depositária para prestar serviços como plataforma de negociação de renda variável.

Segundo ele, as medidas anunciadas já estavam nos planos da companhia antes do acordo com a ATS no final de 2019 e que a B3 desenvolveu um longo e minucioso processo para entender as necessidades dos clientes, os sistemas que poderiam estar limitando o desenvolvimento do mercado. “Essa confusão ocorre por causa das proximidades de data. Mas mesmo sem o acordo, nós iríamos anunciar o novo pacote tarifário.”

Além da redução de tarifas, o presidente da B3 afirmou que espera as discussões sobre a tributação de renda variável para investidores tenham andamento no Ministério da Economia. "Temos um grupo de trabalho sobre esse tema e esperamos ter progressos a respeito neste ano.”

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