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Azul renegocia com credores estruturação da dívida; ação cai 24%

De acordo com a Bloomberg, várias opções, incluindo um follow on e um pedido de Chapter 11 estão no radar; companhia afirma que informação foi "mal interpretada"

Azul: companhia diz que desenvolveu um novo plano estratégico e negocia ativamente com stakeholders (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Azul: companhia diz que desenvolveu um novo plano estratégico e negocia ativamente com stakeholders (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 15h11.

Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 17h27.

A Azul vai reestruturar a reestruturação da dívida, processo que havia conduzido ainda nos primeiros sete meses de 2023.

De acordo com notícia da agência Bloomberg, a companhia aérea está explorando várias opções, que incluem uma oferta de ações, reestruturação de dívida (particularmente envolvendo seus principais arrendadores de aeronaves e motores) e, potencialmente, um pedido de Chapter 11.

As notícias fizeram as ações derreterem nesta quinta-feira, 29. Os papéis caíram mais de 24%, indo a R$ 5,50, menor valor desde o IPO de 2017.

Azul contratou o Citi, segundo a Bloomberg, para avaliar uma oferta subsequente em conjunto com um acordo de companhia aérea, que pode envolver a aquisição da rival Gol.

De acordo com comunicado publicado nesta tarde pela Azul, a notícia foi "mal-interpretada". A empresa afirmou que, conforme já havia informado anteriormente na teleconferência do segundo trimestre, suas operações foram severamente impactadas em 2024 por diversos fatores.

Um deles é a desvalorização do real brasileiro, outro é a redução da capacidade doméstica como resultado das enchentes no Rio Grande do Sul em maio (com o aeroporto de Porto Alegre ficando fechado até outubro).

Outros dois fatores foram a redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre do ano e os atrasos nas entregas de novas aeronaves pelos fabricantes.

A companhia diz que desenvolveu um novo plano estratégico, visando uma melhoria geral de sua estrutura de capital e posição de liquidez. Está em "negociações ativas com seus principais stakeholders para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado", explica.

"Em linhas gerais, os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes. Como temos demonstrado consistentemente, a Azul sempre favorece soluções amigáveis e comerciais que maximizam valor para todos os seus stakeholders", afirma em nota.

A companhia destaca que tem capacidade adicional de captação de recursos utilizando Azul Cargo como garantia primária no montante de até US$ 800 milhões.

Outras fontes de liquidez também estão disponíveis, diz ao citar o projeto de lei aprovado ontem no Congresso, que permite que as companhias aéreas tenham acesso a linhas de crédito recorrentes apoiadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

A companhia afirma, ainda, que continua negociando com a Abra uma potencial transação com a Gol, embora nenhum acordo tenha sido celebrado.

De acordo com o time do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), as conversões de leasing se tornaram uma grande preocupação recentemente porque o período de bloqueio para aquisição da dívida conversível terminou, e os termos atuais anteciparam um ambiente mais favorável do que o que temos agora (o preço de exercício acordado de R$ 36 está significativamente acima do preço de mercado atual de R$ 7,25).

"Embora acreditemos que a Azul consiga reestruturar esses pagamentos de leasing como fez no passado, no entanto, a incerteza em torno dos termos e condições nos deixa cautelosos", escrevem os analistas.

Além disso, uma oferta subsequente seria diluitiva para a base acionária, o que ajuda e explicar o mau humor com as ações da empresa no pregão de hoje.

"A empresa pode estar considerando isso junto com uma potencial aquisição da Gol, o que poderia mudar ambos os parâmetros de avaliação. No entanto, a clareza sobre essas condições permanece bastante baixa."

Abra, da Gol, negocia injeção de capital

A Abra, maior acionista da Gol, está perto de fechar um acordo para levantar US$ 1,3 bilhão em recursos da empresa de investimentos Castlelake para evitar o risco de inadimplência em seus títulos, também de acordo com a Bloomberg.

Pelo plano, a empresa de investimentos refinanciaria os títulos garantidos da Abra com vencimento em 2028, que poderiam entrar em “default” após a Gol ter levantado um empréstimo de falência como parte de seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

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