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Azul (AZUL4) cai mais de 10% após resultados fracos no segundo trimestre

Companhia reportou prejuízo de R$ 3,8 bilhões no período, aprofundando as perdas do ano anterior

Azul: companhia aérea decepciona mercado com resultados do segundo trimestre (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Azul: companhia aérea decepciona mercado com resultados do segundo trimestre (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 16h34.

Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 17h02.

As ações da Azul (AZUL4) figuram como a maior queda da bolsa e despencam perto de 10% nesta segunda-feira, 12, depois da divulgação do balanço do segundo trimestre de 2024. A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 3,809 bilhões, aprofundando as perdas de R$ 565,5 milhões registradas no mesmo período do ano passado.

Em relatório, o Goldman Sachs avalia que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) abaixo das projeções foi um dos pontos que frustraram o mercado. A empresa reportou um Ebitda ajustado de cerca de R$ 1,050 milhão, queda de 9% em comparação ao mesmo período de 2023 – 6% abaixo do consenso da Bloomberg e 18% abaixo das estimativas do Goldman Sachs.

Um dos fatores que levaram ao Ebitda fraco, segundo o relatório, foi a receita por passageiro transportado, que caiu 5% em relação ao segundo trimestre de 2023 e 10% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. Apesar da redução nos custos unitários em cerca de 2% em relação ao ano anterior, não foi suficiente para compensar a queda nas receitas. 

As receitas, por sua vez, sofreram com as enchentes no Rio Grande do Sul e com a menor oferta internacional. A receita líquida da empresa foi de R$ 4,172 bilhões, queda anual de 2,3%. A consequência foi uma queda de 2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano passado na margem Ebitda da Azul, que caiu para cerca de 25%.

“Como esperávamos, a Azul registrou resultados mais fracos devido à enchente no RS, a menor oferta internacional, à depreciação do real e ao aumento do QAV (querosene de aviação). Para frente, vemos ainda a Azul lidando com aumentos de preço de querosene e um dólar forte”, afirmaram, em relatório, os analistas da Ativa Investimentos, que tem recomendação neutra para a ação. 

Projeções futuras revisadas

A revisão negativa das expectativas também impactou as ações. A Azul forneceu uma orientação atualizada, na qual agora espera que a sua oferta cresça 7% este ano ante expansão de 11% estimada anteriormente. Além disso, a expectativa de alavancagem aumentou para cerca de 4,2x, o que indica que a empresa está assumindo mais dívida em relação ao seu lucro.

Segundo os analistas do Goldman, a combinação de resultados fracos no segundo trimestre com a revisão negativa na orientação levou a essa reação negativa do preço das ações hoje. Entretanto, o banco mantém a recomendação de compra para a Azul.

“A recomendação positiva se dá na análise de que a empresa deve manter o poder de precificação à medida que toda a indústria permanece racional e focada em reconstruir a rentabilidade, o que deve permitir a transferência de custos para as tarifas e abrir espaço para a expansão da margem.”

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