Mercados

Aversão ao risco devolve Bovespa para o nível de janeiro

Bolsa brasileira voltou aos 61 mil pontos

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 17h57.

São Paulo - A Bovespa teve hoje mais um dia de queda, de volta aos 61 mil pontos, nível que não tocava desde janeiro. O movimento foi amparado por uma maior aversão ao risco, diante do aumento das preocupações com as finanças da Espanha, que acabou trazendo a Itália para o foco de atenção dos investidores. Como se não bastasse, a China informou que a importação desacelerou em março e colocou mais pressão sobre a bolsa, principalmente para os papéis que têm relação com as commodities.

O Ibovespa encerrou esta terça-feira com queda de 1,88%, aos 61.738,28 pontos. Menor nível desde o dia 18 de janeiro (61.722,86 pontos). Na mínima, o índice atingiu 61.344 pontos (-2,51%) e na máxima, 62.922 pontos (estável). Com o resultado desta terça-feira a queda no mês subiu para 4,30%. Já no ano, a Bolsa ainda acumula ganho, de 8,78%. O giro financeiro ficou em R$ 7,412 bilhões.

Vale, metalúrgicas e Petrobras tiveram forte queda, seguindo seus pares no exterior. Vale ON caiu 0,91% e PNA, -1,10%. Gerdau PN (-1,41%), Gerdau Metalúrgica PN (-0,99%), Usiminas PNA (-2,35%) e Siderúrgica Nacional ON (-1,31%). Os contratos de metais básicos negociados na London Metal Exchange (LME) fecharam em forte queda. O cobre encerrou a sessão no nível mais baixo em três meses. Na rodada livre de negócios da tarde (kerb), o contrato de cobre para três meses caiu 4,0%, para US$ 8.025,00 a tonelada.

Já a Petrobras ON apresentou declínio de 1,82% e a PN, (-1,85%). O contrato de petróleo negociado na Nymex fechou com recuo de 1,4%, a US$ 101,02 o barril.

"A combinação de números fracos nos EUA com Espanha e Itália dando sinais de fraqueza aumentam a aversão ao risco e, em momentos de incerteza, os investidores saem de renda fixa e vão para opções consideradas mais seguras, como títulos públicos, ouro e até dólar", lembrou o economista da Legan Corretora Fausto Gouveia. A aversão a ativos de risco fez o dólar balcão operar em alta e terminar o dia valendo R$ 1,8310, com ganho de 0,60%.

Antes da abertura dos mercados, a Agência de Notícias Xinhua informou que a China registrou superávit comercial de US$ 5,35 bilhões em março, após ter registrado um déficit de US$ 31,48 bilhões em fevereiro. No entanto, as importações apresentaram expansão de 5,3% em março, ante estimativas de aumento de 9,3%.

Logo depois, saindo do continente asiático para o europeu, na Espanha o yield (retorno ao investidor) dos bônus do país atingiu uma nova máxima neste ano, enquanto o governo tenta convencer os investidores de que pretende recuperar o controle sobre suas debilitadas contas públicas. O possível contágio da situação da Espanha na Itália cresceu e ampliou a preocupação dos investidores com a dívida soberana italiana.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?

Pfizer vence disputa com Novo Nordisk e compra a Metsera por US$ 10 bi