Mercados

Aval do BC para nova clearing será solicitado até março

A estimativa é que a autoridade monetária leve em torno de seis meses para avaliar o pedido


	Bovespa: a BM&FBovespa não pretende abrir a Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) a outros players antes de concluir sua integração
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Bovespa: a BM&FBovespa não pretende abrir a Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) a outros players antes de concluir sua integração (Alexandre Battibugli/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 14h59.

Rio - O projeto da clearing que prestará serviços de compensação e liquidação para a bolsa da ATS Brasil será submetido ao Banco Central até o início de março, diz o presidente da empresa, Alan Gandelman. A estimativa é que a autoridade monetária leve em torno de seis meses para avaliar o pedido.

O aval é fundamental para a quebra do monopólio do setor, já que a estrutura de clearing é uma exigência legal e a BM&FBovespa não pretende abrir a Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) a outros players antes de concluir sua integração.

O presidente da ATS, Alan Gandelman, explica que a clearing será uma empresa independente tocada por um consórcio encabeçado pela Americas Trading Group (ATG), principal sócia da nova bolsa, a empresa de gerenciamento de risco Risk Office e outras duas pontas: um a dois bancos comerciais e uma operadora de clearing.

Não está descartada que essa operadora seja a Intercontinental Exchange (ICE), que recentemente absorveu a Nyse Euronext e detém uma fatia de Cetip.

A ideia é ter entre os sócios todos os pilares de uma clearing: serviços financeiros, recursos, gestão de risco e operação. O pedido ao BC deve ser encaminhado já com o consórcio definido.

O mercado estima o custo para montar uma estrutura de liquidação e custódia gire entre R$ 400 milhões e R$ 1 bilhão. Para Gandelman, entretanto, é preciso desmistificar essa análise.

"Essa nova clearing terá uma estrutura muito simples e não vai demandar uma análise complexa. Nosso projeto é negociar ações à vista e ETFs (fundos de índice), ativos que não demandam garantias expressivas como futuros, por exemplo", pondera ao justificar o orçamento de R$ 130 milhões.

Segundo Gandelman, a exigência regulatória do Banco Central para a criação de uma clearing é de um capital mínimo de R$ 30 milhões como garantia do negócio. O montante, explica, pode ser apresentado em Títulos do Tesouro Nacional de propriedade da própria clearing.

O executivo acredita que o valor solicitado para a unidade que prestará serviços de compensação e liquidação à ATS - e eventualmente para outras bolsas no futuro - possa ficar em torno do dobro (R$ 60 milhões).

Para o presidente da ATS, a reforma das regras de custódia, depósito centralizado e escrituração editada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em dezembro favoreceu a concorrência entre bolsas ao definir que as clearings deverão se comunicar.

A CVM definiu ainda que as centrais devem estabelecer regras de acesso a terceiros que não sejam discriminatórias. Além disso, as contraprestações estabelecidas pelo depositário devem ser razoáveis e proporcionais aos serviços prestados, isto é, não podem ser um mecanismo de restrição para novos "players" do setor.

"Essa legislação é totalmente pró-competição e ajuda a esclarecer questões sobre interoperabilidade entre duas clearings", diz Gandelman. Com isso, o cliente poderá comprar um ativo em uma bolsa e vender em outra.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasservicos-financeirosB3bolsas-de-valoresMercado financeiroLegislaçãoBanco Central

Mais de Mercados

Assembleia da ONU e relatório de receitas e despesas: o que move os mercados

Pfizer negocia compra de fabricante de remédio contra obesidade para competir com Ozempic

Buffett encerra participação na chinesa BYD após 17 anos de investimento

Ouro bate novo recorde com investidores de olho em cortes de juros nos EUA