Jerome Powell: o presidente do Fed faz hoje discurso aguardado por investidores em todo o mundo (Sarah Silbiger/Reuters/Reuters)
Marcelo Sakate
Publicado em 27 de agosto de 2020 às 06h00.
Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 06h06.
Em um mundo de juros próximos a zero, e isso inclui desta vez até o Brasil, qual o papel dos bancos centrais e da política monetária tradicional para estimular o crescimento? Essa é uma das questões em debate no encontro anual organizado pelo Federal Reserve (o Fed, banco central americano) em Jackson Hole, no estado de Wyoming, nesta quinta-feira, 27, e na sexta. Com a diferença de que, neste ano, o evento será virtual por causa da pandemia do novo coronavírus.
Eventuais mudanças na forma de definir as taxas de juros terão repercussões nos mercados globais, que se beneficiam de uma era duradoura de abundante liquidez de capital.
O tema da conferência, que é realizada desde 1982, será "Navegando pela Década à Frente: Implicações para a Política Monetária". A grande expectativa de investidores e economistas é pelo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para às 10h10 (horário de Brasília).
Powell deve revelar as principais conclusões do processo de revisão conduzido pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (o FOMC) do Fed sobre as estratégias, os instrumentos e a comunicação de política monetária, dos quais o mais conhecido e consagrado é o uso de taxas de juros.
"Na parte de estratégia, esperamos que o Fed adote a uma meta de inflação média. Isso significaria perseguir uma inflação algo acima de 2% (ao ano) quando a economia está no nível de pleno emprego ou próximo a esse estágio a fim de compensar a inflação abaixo de 2% quando a economia está deprimida", escreveram analistas do banco americano Goldman Sachs em relatório.
Também estão previstos pronunciamentos do presidente do Bank of England (o BC inglês), Andrew Bailey, e do economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane.