Redatora na Exame
Publicado em 5 de março de 2025 às 09h25.
Os ativos sob gestão de private equity registraram uma queda no último ano, pela primeira vez em décadas. Com um estoque de US$ 3 trilhões em transações antigas e não realizadas, os players do mercado reduziram o compromisso com novos fundos.
Até junho de 2024, as gestoras controlavam US$ 4,7 trilhões em ativos, uma retração de aproximadamente 2% em relação ao ano anterior, de acordo com levantamento da consultoria Bain & Co.
A redução nos ativos é a primeira desde que a Bain iniciou o monitoramento do setor em 2005. Mesmo em meio à crise financeira de 2008, o segmento de private equity conseguiu registrar crescimento modesto.
A falta de distribuições de capital tem pressionado o setor. Nos últimos anos, a proporção do valor líquido dos ativos de um fundo devolvida aos investidores caiu para cerca de metade da média histórica.
Com isso, a captação de recursos também perdeu fôlego. Grandes fundos institucionais, como fundos de pensão e endowments, diminuíram seus aportes, o que resultou em uma queda de 23% na captação de novos recursos. A indústria atraiu apenas US$ 401 bilhões em novos ativos, o menor valor desde 2020.
Hugh MacArthur, presidente de private equity da Bain, ressaltou ao jornal britânico Financial Times que "há mais dinheiro saindo do caixa do que entrando" e que o ritmo de distribuição de liquidez aos investidores segue pressionado.
MacArthur alertou que a recuperação será lenta e desafiadora para o setor. "Não será tudo resolvido em 2025", afirmou. "É um problema que levará de três a quatro anos para ser solucionado."