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Ativa reduz projeção do Ibovespa para 117 mil pontos em 2022

Retirada de estímulos mais rápida do que o esperado e eleições devem estar entre as principais fontes de incerteza para o ano que vem, diz corretora

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de novembro de 2021 às 17h29.

Última atualização em 22 de novembro de 2021 às 18h21.

Com a piora das perspectivas econômicas do Brasil e incertezas internas e externas para o ano que vem, a Ativa Investimentos reduziu sua projeção para o Ibovespa para o fim de 2022 de 134.000 para 117.000 pontos.

A expectativa tem como base os múltiplos preço/lucro (P/L) do Ibovespa. Levando em conta o P/L médio de 11,9x, segundo a Ativa, o Ibovespa estaria em 140.000 pontos. No entanto, para chegar aos 117.000 pontos, a corretora considerou um P/L de 10,7x, "múltiplo que os investidores estariam dispostos a pagar de modo a incorporar os tempos de incertezas”.

“Olhando para a frente, os tempos que nos avizinham nos parecem ser potencialmente mais voláteis”, afirma em relatório Pedro Serra, gerente de research da Ativa.

Internamente, a principal fonte de preocupação da Ativa são as eleições e, externamente, a retirada de estímulos. Embora já vejam parcialmente precificados, para a Ativa, “talvez não esteja na conta a magnitude e/ou velocidade de tais eventos”. 

“Caso ocorra de forma rápida ou mais intensa, a retirada dos estímulos possui uma boa dose de surpresa, que pegaria muitos investidores desprevenidos. Olhando para dentro de casa, não vemos como muito provável a possibilidade de a aproximação da corrida eleitoral nos trazer novos elementos positivos”, avalia Serra.

O analista também comentou sobre a piora das projeções macroeconômicas do país para 2022, que saíram de crescimento de mais de 2%, em julho, para PIB abaixo de 1%, enquanto as estimativas de IPCA para o fim deste ano saíram de menos de 6% para mais de 10%.

“A mudança brusca das projeções dos economistas se deve, principalmente, à natureza e dinâmica da inflação e decepções quanto à disposição do governo em manter o teto de gastos e avançar nas reformas”, diz Serra. 

“O clássico erro dos profissionais de mercado foi perpetuar uma situação boa que estávamos experimentando na metade deste ano nos nossos modelos financeiros e matemáticos.”

O meio do ano foi justamente quando o Ibovespa tocou sua máxima histórica, superando pela primeira vez a marca dos 130.000 pontos, embalado por dados econômicos acima das expectativas e pela forte valorização do minério de ferro, que impulsionou as ações da Vale, com a maior participação no índice.

Desde então, o Ibovespa já caiu mais 17%. Sem conseguir acompanhar o rali das ações globais, o principal índice da B3 acumula perdas de cerca de 13,8% no ano. O desempenho é o pior entre as principais bolsas globais. Considerado o principal índice de ações do mundo, o americano S&P 500 subiu 25,8% no mesmo período.

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