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ATG e NYSE querem operar plataforma no Brasil

Esta é a primeira vez que um potencial concorrente da única bolsa do país estabelece um cronograma formal para pedido de licença

A NYSE Euronext e o grupo brasileiro ATG já gastaram em equipamentos 25% do investimento planejado de US$ 100 milhões para a joint venture no Brasil (REUTERS/Andrew Kelly)

A NYSE Euronext e o grupo brasileiro ATG já gastaram em equipamentos 25% do investimento planejado de US$ 100 milhões para a joint venture no Brasil (REUTERS/Andrew Kelly)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 15h36.

São Paulo - A joint venture entre a NYSE Euronext e o Americas Trading Group (ATG) pretende pedir, em 1º de março, a licença para operar uma plataforma de negociação de ações no Brasil. Esta é a primeira vez que um potencial concorrente da única bolsa do País estabelece um cronograma formal para esse pedido.

A NYSE Euronext e o grupo brasileiro ATG já gastaram em equipamentos 25% do investimento planejado de US$ 100 milhões para a joint venture, disse o diretor executivo da ATG, Arthur Machado. "Já estamos importando os equipamentos", afirmou.

A joint venture, que se chamará Americas Trading System Brasil (ATS), pretende estar com a plataforma em operação até o final de 2013, segundo Machado.

A única operadora do mercado acionário brasileiro é a BM&FBovespa, que é também a principal bolsa da América Latina. Muitas empresas já manifestaram interesse em competir no mercado brasileiro, mas há muitos obstáculos para isso. Um dos principais é a câmara de liquidação e custódia (clearing).

A ATS gostaria de usar a clearing da BM&FBovespa, mas a bolsa já indicou que não pretende compartilhar suas instalações até pelo menos o final de 2015. O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, acredita que o mercado de ações brasileiro ainda não é grande o suficiente para abrigar concorrentes, mas que esse momento chegará.

"Vejo no Brasil um potencial de expansão que não vejo em nenhum outro país", disse Edemir em entrevista recente. "Menos de 1% dos brasileiros investem no mercado acionário, e há muito espaço para novas empresas emitirem ações."


A BM&FBovespa é a nona maior bolsa do mundo, com as empresas ali negociadas atingindo um valor de mercado de US$ 1,4 trilhão, de acordo com a Federação Mundial de Bolsas. Apenas 364 companhias estão listadas na BM&FBovespa, ante 4 mil na China e quase 7 mil na Índia. Segundo a BM&FBovespa, há 600 mil investidores pessoa física registrados no Brasil, de uma população de 190 milhões.

Executivos da ATS já discutiram seus planos com autoridades brasileiras. Segundo Machado, o Banco Central está estudando qual modelo de clearing seria o melhor para o País, e pode tomar uma decisão até o final do primeiro trimestre. O Banco Central não comentou o assunto.

"A ATS seguirá em frente com seu plano de criar uma segunda bolsa no Brasil, mesmo que tenha que abrir sua própria clearing", disse Machado.

A ATS pretende atingir uma fatia entre 10% e 15% do mercado acionário brasileiro até o final de 2014. A plataforma, inicialmente, irá operar via mercado de balcão.

Outros grupos que já manifestaram interesse no Brasil incluem a operadora de bolsa BATS e a empresa de gestão de ativos Claritas, que em 2011 anunciaram um plano de competir com a BM&FBovespa. A americana Direct Edge Holdings, outra operadora de bolsa, disse que lançará uma plataforma em 2014, embora tenha ressaltado a importância de uma clearing integrada.

Enquanto isso, a BM&FBovespa anunciou investimentos de R$ 1,2 bilhão no período 2010-2014, para oferecer a seus clientes mais serviços a custos mais baixos. As informações são da Dow Jones.

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