Invest

Atacarejo desponta como opção blindada à retração econômica

Perspectiva de uma desaceleração no segundo semestre leva casas a buscarem papéis que se mostrem mais resilientes à volatilidade macroeconômica

Atacarejo: para analistas, varejo alimentar e, sobretudo, atacarejo, estão entre os mais blindados a uma contração da atividade (Germano Lüders/Exame)

Atacarejo: para analistas, varejo alimentar e, sobretudo, atacarejo, estão entre os mais blindados a uma contração da atividade (Germano Lüders/Exame)

B

Bloomberg

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 15h57.

A percepção de que o ciclo de aumento da Selic chegou ao fim abriu espaço para um rali das ações das principais varejistas. Os papéis do setor estão entre as maiores altas da bolsa brasileira no mês de agosto. Ainda assim, a perspectiva de uma desaceleração econômica no segundo semestre leva grandes casas a buscarem papéis que se mostrem mais resilientes à volatilidade macroeconômica avistada adiante.

Para analistas, varejo alimentar e, sobretudo, atacarejo, estão entre os mais blindados a uma contração da atividade.

“O setor mais resiliente dentro da nossa cobertura é o de Atacarejo”, aponta Thiago Macruz, analista de varejo e e-commerce do Itaú BBA. O segmento, que une vendas em grandes quantidades com melhor custo benefício para o consumidor, ganha fatias de mercado nos momentos mais difíceis da economia, diz Macruz. “Um fator contra cíclico super relevante.”

XP e Banco Inter seguem na mesma direção e citam Assaí como destaque, mas também Carrefour e Grupo Mateus. Este último é beneficiado pelo incremento do Auxílio Brasil no Norte e Nordeste, diz Danniela Eiger, head de varejo da XP.

“Gostamos da exposição à varejo alimentar, é mais resiliente, mais protegido tanto de volatilidade macroeconômica, quanto de inflação”, afirma Danniela. Assaí, player de atacarejo, é “mais blindado ainda” à desaceleração, aponta.

Breno Francis de Paula, especialista de varejo e consumo do Inter, emenda ainda que há fatores no segundo semestre que ajudam a suavizar a desaceleração econômica, como a chegada do 5G, que aumenta a demanda por troca de aparelhos, e a Copa do Mundo, que estimula segmentos de moda e artigos esportivos.

Copa do Mundo

Nesse caso, Francis de Paula cita o Grupo SBF, dono de marcas esportivas como Centauro, como um dos papéis que chamam a atenção do banco. “A Copa do Mundo deve alavancar as vendas da empresa”, aponta.

Copa, 5G e incremento ao Auxílio Brasil também foram citados pelo CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, na semana passada, como fatores que podem impulsionar vendas e market share da empresa no segundo semestre. Magalu está entre as empresas mais beneficiadas pelo rali das últimas semanas, após ter sido bastante penalizada no primeiro semestre, e acumula alta de 49% no último mês.

 

 

Acompanhe tudo sobre:AçõesBloombergbolsas-de-valoresMercado financeiroVarejo

Mais de Invest

Receita abre nesta sexta-feira consulta ao lote residual de restituição do IR

O que é circuit breaker? Entenda e relembre as ‘paradas’ da bolsa brasileira

15 ideias de fazer renda extra pela Internet

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas