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Ásia recua com tensão comercial; Europa sobe e big techs impulsionam futuros dos EUA

Investidores avaliam tarifas impostas por Trump, decisão do Banco do Japão e resultados de Microsoft, Meta, Shell, Unilever e AB InBev

Seul, Coreia do Sul: acordo com EUA fixou tarifas de 15% sobre exportações sul-coreanas (Zequn Gui /Unsplash)

Seul, Coreia do Sul: acordo com EUA fixou tarifas de 15% sobre exportações sul-coreanas (Zequn Gui /Unsplash)

Publicado em 31 de julho de 2025 às 06h41.

Os mercados internacionais operam com direções divergentes nesta sexta-feira, 31, em meio à expectativa por desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos e uma nova leva de balanços corporativos.

O clima é de cautela na Ásia, otimismo moderado na Europa e forte apetite por risco nos Estados Unidos, impulsionado pelos resultados de Microsoft e Meta.

Ásia recua com juros no Japão

As bolsas da região da Ásia e do Pacífico encerraram o pregão majoritariamente no vermelho. Investidores digeriram a decisão do Banco do Japão de manter os juros em 0,5% pela quarta reunião consecutiva, em um movimento visto como cauteloso diante do cenário global incerto.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,51%, enquanto o CSI 300, da China continental, recuou 1,82%. Na Coreia do Sul, o Kospi cedeu 0,28%, apesar da leve alta de 0,2% no índice Kosdaq. Em Sydney, o S&P/ASX 200 caiu 0,16%.

Entre os destaques corporativos, as ações da Hanwha Ocean dispararam mais de 16% após o anúncio de um acordo comercial entre Coreia do Sul e EUA, que fixou tarifas de 15% sobre exportações sul-coreanas — abaixo dos 25% inicialmente ameaçados pelo presidente Donald Trump.

Já os papéis de montadoras como Kia e Hyundai recuaram com a notícia. Nissan subiu 4,9%, mesmo após reportar um prejuízo operacional de US$ 530 milhões no trimestre. A Samsung, por sua vez, avançou quase 2%, mesmo com lucro abaixo do esperado.

Europa avança

As bolsas europeias operam em alta moderada nesta manhã, apoiadas por resultados corporativos positivos e sinais de estabilização no câmbio e nas commodities. Por volta das 6h (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 sobe 0,4%, enquanto o FTSE 100, de Londres, avança 0,22%. O DAX, da Alemanha, tem leve alta de 0,08%, e o CAC 40, de Paris, recua 0,30%.

Entre os destaques corporativos, a Shell reportou lucro ajustado de US$ 4,26 bilhões no segundo trimestre, acima das estimativas.

A gigante de bens de consumo Unilever superou previsões com alta de 3,8% nas vendas subjacentes, impulsionada por reajustes de preços em marcas como Dove e Hellmann’s. A empresa reiterou sua projeção de crescimento de 3% a 5% nas vendas do ano.

Nos setores de transporte aéreo, Lufthansa e Air France-KLM divulgaram lucros robustos, impulsionados por forte demanda em rotas transatlânticas, apesar da volatilidade cambial e das tarifas americanas.

Já a Airbus, apesar de enfrentar atrasos na entrega de aeronaves por falta de motores, manteve a meta de entregar 820 aviões no ano. O CEO Guillaume Faury, em entrevista ao canal CNBC, destacou que o ambiente comercial está "melhor do que se temia", após acordos recentes entre EUA, Reino Unido e União Europeia.

Futuros em Wall Street

Os índices futuros dos Estados Unidos operam em forte alta, embalados pelos resultados acima do esperado de Microsoft e Meta. Por volta das 6h20, os contratos futuros do Nasdaq 100 subiam 1,35%, os do S&P 500 avançavam 1,00%, e os do Dow Jones ganhavam 0,38%.

A Meta apresentou alta de 22% na receita trimestral e lucro líquido de US$ 18,3 bilhões, impulsionado pela recuperação no mercado de publicidade digital.

Já a Microsoft reportou crescimento de 39% na divisão de nuvem Azure e lucro líquido de US$ 27,2 bilhões.

Os resultados ajudam a contrabalançar o tom cauteloso do Federal Reserve, que manteve os juros entre 4,25% e 4,5% e sinalizou incerteza quanto a cortes na reunião de setembro.

O mercado também reage positivamente ao novo acordo comercial entre EUA e Coreia do Sul. O pacto estabelece tarifas de 15% sobre importações sul-coreanas e prevê investimentos bilionários de Seul nos EUA.

O cenário econômico segue sendo monitorado de perto, com divulgação nesta sexta do índice de preços de gastos com consumo (PCE), métrica preferida do Fed para a inflação, e do relatório de criação de empregos (payroll) de julho.

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