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Ásia fecha em alta e futuros dos EUA avançam antes de balanços das big techs

Investidores reagem à decisão do Banco Central da China de manter juros estáveis, enquanto aguardam os balanços de Alphabet e Tesla nos EUA

Publicado em 21 de julho de 2025 às 06h32.

Os mercados globais começaram a semana em alta nesta segunda-feira, 21, impulsionados pela expectativa positiva com a temporada de balanços das big techs nos Estados Unidos, mesmo diante da tensão crescente com a política comercial da Casa Branca.

Os índices futuros em Wall Street operavam no azul no início da manhã: Dow Jones subia 0,3%, o S&P 500 avançava 0,27% e o Nasdaq 100 ganhava 0,28%.

A cautela segue no radar dos investidores após o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçar no domingo que o dia 1º de agosto é o “prazo definitivo” para que países comecem a pagar as novas tarifas impostas pelo governo Trump.

Lutnick, no entanto, disse que “nada impede os países de continuarem negociando depois dessa data”. A retórica endurecida elevou o clima de incerteza entre parceiros comerciais como União Europeia e Japão.

A agenda desta semana está carregada de resultados corporativos nos EUA, com destaque para Alphabet e Tesla, que divulgarão seus números na quarta-feira.

A expectativa é que as chamadas "Sete Magníficas" impulsionem o crescimento dos lucros no segundo trimestre: segundo a FactSet, o grupo deve reportar alta de 14%, contra 3,4% das demais 493 empresas do S&P 500.

Até agora, cerca de 12% das empresas do índice já divulgaram resultados, e 86% delas superaram as estimativas de lucro por ação.

Ásia e Europa

Na Ásia, os mercados encerraram o dia majoritariamente em alta, acompanhando a decisão do Banco Central da China de manter as taxas básicas de empréstimo inalteradas.

O Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,68%, enquanto o CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, subiu 0,67%. Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 0,71%.

As exceções foram o índice S&P/ASX 200, da Austrália, que recuou 1,02%; e o Nikkei, do Japão, que caiu 0,21%.

As ações de infraestrutura da China também se destacaram após o anúncio de um novo projeto hidrelétrico no Tibete. Gigantes do setor, como China Resources Building Materials e Anhui Conch Cement, dispararam mais de 8% após o anúncio da criação da China Yajiang Group, estatal que comandará a obra.

Na Europa, os mercados abriram mistos. Por volta das 6h, do horário de Brasília, o índice europeu Stoxx 600 operava estável, enquanto o DAX, da Alemanha, subia 0,06% e o FTSE 100, do Reino Unido, ganhava 0,09%. Já o CAC 40, da França, recuava 0,19%.

As ações do setor automotivo lideravam as perdas, com destaque negativo para a Stellantis, que caía 2,7% após anunciar prejuízo líquido de € 2,3 bilhões no primeiro semestre, reflexo das novas tarifas americanas.

O temor de retaliações também cresceu. Segundo o Wall Street Journal, a União Europeia estaria preparando novas medidas contra empresas dos EUA caso não haja um acordo comercial antes do prazo final estabelecido por Trump. França e Alemanha lideram a ala que defende uma postura mais firme nas negociações.

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