Materiais de construção: setor vai bem na Bolsa (Thinkstock)
Rita Azevedo
Publicado em 17 de dezembro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 17 de dezembro de 2016 às 06h00.
São Paulo —Em 2010, a construção civil viveu um dos seus melhores momentos. Estimulado por programas como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o setor fechou o ano com um crescimento do PIB na casa dos 10%.
De lá para cá, a situação mudou — e muito. O aumento dos juros, a diminuição do crédito e o envolvimento de algumas construtoras em esquemas de corrupção fizeram com que as companhias entrassem em uma crise sem precedentes, com a redução das vendas e aumento do endividamento.
No período entre 2010 e 2016, as empresas de capital aberto do setor viram seu valor de mercado encolher 71,6%, segundo estudo da consultoria Economatica.
O pico de valor das empresas de construção aconteceu em outubro de 2010, quando as 16 companhias analisadas na pesquisa valiam juntas 57,1 bilhões de reais. No dia 13 de dezembro de 2016, as mesmas valiam algo em torno de 16 bilhões de reais.
Ainda de acordo com o estudo, o pior momento vivido pelas companhias, de 2010 até agora, foi no início deste ano. Em 18 de janeiro, as empresas da amostra alcançaram 12,3 bilhões de reais em valor de mercado.
A PDG foi quem registrou a maior perda de valor nos últimos seis anos, de 99,45%. Em 2010, ela ostentava o título de mais valiosa do setor. Hoje, seu valor de mercado só é maior do que o da Rossi Residencial e da Viver.
A situação da PDG é tão delicada que investidores já especulam que um plano de recuperação judicial será apresentado nos próximos meses. No ano, a empresa acumula prejuízo de quase 2,9 bilhões de reais.
Na última semana, a empresa informou, por meio de fato relevante, que estuda formas para melhorar a situação financeira, mas que não tomou nenhuma decisão sobre o tal pedido de recuperação judicial.
Na lista, a única empresa a registrar ganhos nos últimos seis anos é a Eztec. Em 2010, a companhia valia 1,78 bilhões de reais. Na última semana, a cifra chegou a 2,49 milhões de reais.
Veja na tabela abaixo as companhias que mais perderam em termos percentuais e seu atual valor na Bolsa.
Empresa | Variação do valor de mercado nos últimos seis anos | Quanto vale atualmente |
---|---|---|
PDG | -99,45% | 67,3 milhões de reais |
Viver | -99,36% | 5,8 milhões de reais |
Rossi | -99,02% | 47,7 milhões de reais |
Gafusa | -0,8865 | 716,8 milhões de reais |
Cr2 | -76,85% | 67,8 milhões de reais |
Rodobens | -73,18% | 221,4 milhões de reais |
Helbor | -71,02% | 382,9 milhões de reais |
Cyrela | -66,25% | 3,69 bilhões de reais |
Trisul | -66,16% | 210,3 milhões de reais |
Even | -65,04% | 813 milhões de reais |
Direcional | -62,93% | 652,5 milhões de reais |
Tecnisa | -60,10% | 604,4milhões de reais |
JHSF | -47,44% | 734,8 milhões de reais |
João Fortes | -47,14% | 666 milhões de reais |
MRV | -45,02% | 4,85 bilhões de reais |
Eztec | 39,78% | 2,49 bilhões de reais |