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As boas oportunidades na bolsa em 2022, segundo a Occam

Gestora projeta que desafios internos devem se intensificar com a corrida eleitoral, favorecendo setores com atuação global

Estratégia da gestora é buscar assimetrias, como já adotado nos últimos períodos eleitorais | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Estratégia da gestora é buscar assimetrias, como já adotado nos últimos períodos eleitorais | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de janeiro de 2022 às 07h50.

A bolsa brasileira entrou em 2022 com o pé esquerdo. O Ibovespa, principal índice da B3, acumulou perdas de 2% na primeira semana do ano, que se somou a uma baixa de 11,9% no acumulado de 2021. Os motivos para a queda são os mesmos do ano anterior: incertezas fiscais, inflação em alta e taxa de juros subindo – no Brasil e, em breve, também nos Estados Unidos.

Para aumentar o desafio, 2022 é ano de eleições presidenciais, que prometem acrescentar volatilidade ao já conturbado cenário brasileiro. São essas preocupações que levam a Occam, uma das mais conhecidas gestoras do mercado, a voltar seus olhos para o mercado externo. 

Em sua carta de janeiro aos investidores, a gestora afirma manter uma exposição mais significativa no exterior, em especial nos Estados Unidos, onde as perspectivas de crescimento e a taxa de juro real continuam atrativas para a renda variável.

Isso não significa, no entanto, que o mercado doméstico deva ser ignorado. A estratégia é buscar assimetrias, tática já adotada pela Occam nos últimos períodos eleitorais, em que "historicamente conseguimos bons retornos”, afirma a carta.

Em conversa com investidores nesta primeira semana do ano, Carlos Eduardo Rocha, o Duda, CIO (head de investimentos) da Occam, apontou quais setores e empresas ainda podem ser boas opções de investimento nesse cenário. As principais apostas estão em empresas que se beneficiam do ambiente externo.

“Gostamos do setor de energia, de commodities em especial. Vemos a Petrobras (PETR3/PETR4), por exemplo, com um valuation muito descontado mesmo considerando o risco político [de uma estatal]”, afirmou o CIO. 

Além do petróleo, as perspectivas são positivas para o minério de ferro, que deve encontrar uma sustentação no preço em 2022, ancorado na demanda chinesa. O movimento deve favorecer siderúrgicas como a Gerdau (GGBR4), bastante exposta ao mercado internacional. 

Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3) são outras duas companhias citadas por Duda como potenciais vencedoras nesse cenário de ganhos para as exportadoras. Vale lembrar que, em 2021, as ações da Embraer dispararam 180% e foram a maior alta entre as 92 que faziam parte da composição do Ibovespa no fim do ano.

Na ponta oposta, varejistas com forte atuação no e-commerce, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), ficaram entre as maiores baixas, caindo em torno de 70% no acumulado de 2021.

Para este ano, a Occam espera que as empresas mais ligadas à economia local continuem entre as mais penalizadas da bolsa. Os bancos serão exceção. “Acreditamos que os juros vão ficar altos por mais tempo do que estima o consenso de mercado. E esse é um cenário que favorece uma melhor performance dos bancos”, defendeu o gestor. 

Ainda no setor financeiro, a Occam vê grande potencial em empresas como BTG Pactual (BPAC11) e XP (XPBR31), que movimentaram o mercado de fusões e aquisições (M&A) no último ano e devem continuar a crescer neste ano.

Já os bancos digitais devem ficar de fora da carteira da gestora – em especial o Nubank (NUBR33), novato na bolsa, cujo preço é considerado caro.

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