Sala de aula (Divulgação)
Karla Mamona
Publicado em 22 de outubro de 2016 às 08h00.
Última atualização em 22 de outubro de 2016 às 08h00.
São Paulo - As ações das educacionais - Kroton, Ser , Anima e Estácio - já foram as queridinhas dos investidores. A empolgação do mercado com estes papéis durou até o governo começar a anunciar mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil. A preocupação com o Fies é válida, já que o programa impacta diretamente no fluxo de caixa destas empresas.
Esta semana não foi diferente. A aprovação de um crédito de 702,2 milhões de reais ao Fies fez com que os papéis destas companhias voltassem a subissem na Bolsa. Na semana, a Anima acumula ganhos de 10,35%, a Ser de 5,10%, a Kroton de 4,50% e a Estácio de 3%.
Diante da suscetibilidade frente ao Fies, o Santander divulgou um relatório sobre o que esperar destas companhias em relação ao terceiro trimestre deste ano.
“Acreditamos que os resultados do terceiro trimestre mostrarão as mesmas tendências observadas nos trimestres anteriores, com a Ser e Kroton com desempenho acima do mercado.”
Recomendação
Entre as quatro ações analisadas, o banco espanhol recomenda a compra de três e a manutenção de uma. A recomendação de compra é para a Estácio, Kroton e Ser, enquanto para a Anima, a recomendação é de manutenção.
No caso da Estácio, o Santander aposta em uma valorização de 15,23%. O preço-alvo estimado do papel é de 23,10 reais. O Ebtida esperado é de 185 milhões de reais, uma queda de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Não esperamos que as iniciativas implementadas pela nova administração da empresa já sejam aparentes. Entretanto, esperamos resultados simples no terceiro trimestre (sem ajustes contábeis) e números fracos (embora não desastrosos) na captação de alunos do segundo semestre.”
Para a Kroton, o preço-alvo é de 18 reais, uma valorização de cerca de 8%.
“Apesar da venda da Uniasselvi, nossa expectativa é de um crescimento do Ebitda e lucro líquido ajustado de 2% e 11% ao ano, respectivamente”, afirma o banco em relatório.
No caso da Ser, o relatório aponta preço-alvo de 20 reais. O banco espera que o Ebitda suba 30%, frente ao mesmo período do ano passado. O motivo é o crescimento de 14% na receita e aumento da diluição dos custos com o corpo docente e estrutura de despesas gerais e administrativas.
“Impulsionado pela queda na alavancagem financeira, o lucro líquido deve mais do que dobrar, de acordo com nossas projeções.”
Por fim, para a Anima a recomendação é de manutenção, com preço-alvo de 16,50 reais.
“Nossa expectativa é que a lucratividade operacional continue pressionada pela queda na base de alunos, aumento nas provisões para inadimplência e perdas sequenciais na divisão corporativa.”