Mercados

As 10 ações que mais subiram e caíram no semestre

Ação da OGX é destaque de queda, enquanto Sabesp dispara

Equipe de exploração da OGX: empresa é destaque de queda no semestre (André Valentim/EXAME)

Equipe de exploração da OGX: empresa é destaque de queda no semestre (André Valentim/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 13h33.

São Paulo – O Ibovespa terminou o primeiro semestre do ano em queda de 4,22%, aos 54.354 pontos. As preocupações com a situação na zona do euro novamente pesaram para os mercados globais e para o índice brasileiro.

Durante o início deste ano, as preocupações com a Grécia dominaram boa parte do cenário para o mercado financeiro. O país passou por uma eleição “sem eleitos” em maio, quando todas as tentativas de formar um governo de coalizão fracassaram. Com isso, convocou um novo pleito realizado neste mês. O resultado foi a vitória do partido Nova Democracia, o que sanou parte da preocupação do mercado sobre uma possível saída do país da zona do euro.

Com a tragédia grega fora de cena, foi a vez de a Espanha, que já preocupava muita gente, ganhar mais destaque no radar do mercado. O país passa por uma crise bancária e demorou bastante tempo para oficializar um pedido de ajuda financeira.

Confira as dez ações do Ibovespa que mais subiram e mais caíram no semestre

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}

Empresa Ação Preço (R$) Variação %   Empresa Ação Preço (R$) Variação %
Sabesp SBSP3 77 54,05   OGX OGXP3 5,5 -59,62
Cielo CIEL3 59,08 50,1   Usiminas USIM3 7,72 -54,8
Cemig CMIG4 37,53 48,27   PDG Realty PDGR3 3,51 -38,74
TAM TAMM4 52,45 46,92   Usiminas USIM5 6,32 -37,34
Ultrapar UGPA3 45,2 43,1   Gafisa GFSA3 2,63 -36,17
Hypermarcas HYPE3 11,87 39,65   Rossi Residencial RSID3 4,93 -35,98
CCR CCRO3 16,33 34,14   B2W BTOW3 5,85 -35
Souza Cruz CRUZ3 29,48 30,93   LLX LLXL3 2,21 -34,42
Natura NATU3 47 29,62   Brookfield BISA3 3,31 -30,53
BR Malls BRML3 23 27,78   GOL GOLL4 8,92 -28,3

Dois dias definem queda da OGX

As ações da OGX (OGXP3), que encerraram tanto o mês de junho, quanto o primeiro semestre do ano, como a maior queda do Ibovespa, tiveram esse cenário definido em apenas dois dias.

A companhia divulgou na noite de terça-feira os resultados dos testes de vazão no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. A expectativa (da própria empresa) era de que a região apontasse um potencial de 15 mil a 20 mil barris de petróleo por dia. Resultado oficial: 5 mil barris por dia.


“Embora ainda seja um nível absoluto de produção bom, ele é abaixo do menor nível que foi estimado pela diretoria. Achamos que isso é uma enorme decepção que pode ter um efeito duradouro sobre o preço da OGX”, afirmaram Frank McGann e Conrado Vegner, analistas do Bank of America Merrill Lynch, em relatório.

Com os números, a ação, que já vinha caindo, registrou forte queda no primeiro pregão após o anúncio. A quarta-feira, dia 27, rendeu uma desvalorização superior a 25% para o papel.

Na tentativa de reverter o quadro, o empresário Eike Batista convocou uma teleconferência para explicar os números. Não deu certo. Na quinta-feira, os papéis caíram mais 19,20%.

Analistas de mercado acreditam porém que a reação do mercado foi exagerada. Um levantamento com cinco instituições mostra que, mesmo após alguns rebaixamentos, os preços-alvos projetados para os papéis vão de 16 reais até 7,30 reais. Ou seja: na melhor das hipóteses, a ação pode subir mais 190% sobre o fechamento de hoje e, na pior, terá alta de 32,72%. A média dos preços indica 11,62 reais, um potencial de valorização de 111%.

Usiminas cai e acende alerta

A Usiminas passou no início deste ano por dois rebaixamentos de rating, um pela Moody’s outro pela Fitch.

Em relatório, a Moody's afirmou que a ação refletia a deterioração dos resultados operacionais da empresa durante o primeiro trimestre deste ano, uma tendência que ficou evidente ainda em 2009 quando o enfraquecimento no mercado brasileiro e global de aço começou a interferir.

Já a Fitch destacou que os fundamentos de crédito da Usiminas começaram a se enfraquecer em 2008 como resultado do aumento dos custos, pressões de preços e um ciclo de investimentos pesados. “Esses fatores resultaram em uma mudança estrutural no perfil de crédito da empresa e no afastamento dos fortes níveis históricos”, afirmou o analista Jay Djemal, da agência de rating, em comunicado.

As notícias sobre a empresa trouxeram uma queda forte para o papel no ano e, segundo analistas do Citi, nem essa desvalorização tornou o ativo uma boa opção de compra.

Em relatório enviado para clientes, os analistas Fernando Siqueira e Hugo Rosa destacaram que a empresa está chegando perto da fase mais intensiva de investimentos em seu projeto de mineração. O caixa operacional da companhia, porém, é baixo e insuficiente para cobrir as necessidades desse projeto, estimam os analistas.


“Além disso, a empresa já teve que renegociar covenants recentemente, o que deve dificultar novas captações”, afirmam. Essa renegociação aconteceu em junho, quando os debenturistas da quarta emissão de papéis da siderúrgica aprovaram o descumprimento de índice de índices de endividamento ao final dos segundo e quarto trimestres deste ano mediante pagamento pela empresa de taxa de 0,3 por cento do valor nominal unitário dos papéis.

O HSBC tem uma visão diferente sobre a questão da liquidez. Em relatório para clientes, o analista Jonathan Brandt destacou que, em termos de liquidez, a Usiminas dispõe de caixa suficiente em mãos para pagar sua dívida e manter investimentos. Ele manteve a recomendação de underweight (alocação sugerida abaixo da médio de mercado) para os papéis e reduziu o preço-alvo de 14 reais para 12 reais.

Sabesp sobe quase 60%

A alta das ações da empresa de saneamento Sabesp chegou perto dos 60% no semestre. Conforme aponta uma reportagem da agência Bloomberg, investidores acreditam que a empresa possa se beneficiar com novas políticas de reajusta de tarifas.

Além disso, o papel é visto como proteção num cenário de desaceleração econômica brasileira, já que a receita da companhia não costuma receber um impacto tão forte nesse caso.

Cielo continua subindo

Os papéis da credenciadora de cartões Cielo também registram forte alta na bolsa neste ano. Embora exista a expectativa de que a companhia perca alguma fatia de mercado com o cenário competitivo, a empresa e a concorrente Redecard devem continuar como as maiores do mercado, conforme apontou o analista Nataniel Cezimbra, do BB Investimentos, em relatório para clientes.

Embora a empresa tenha bons fundamentos, ele destaca que a ação já subiu muito e pode estar perto de perder espaço para mais valorização.

Junho não foi tão diferente

O ranking das dez maiores altas e baixas do Ibovespa no mês de junho ficou parecido com o semestre na ponta de queda. Os destaques de desvalorização no mês também ficaram com OGX e Usiminas.

Sobre as altas, porém, a TAM se destacou como a maior delas, impulsionada pela sua oferta pública de aquisições (OPA) que promoveu um ajuste no preço dos papéis.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresCombustíveisEmpresasIndústria do petróleoOGpar (ex-OGX)OGXP3Petróleo

Mais de Mercados

Reunião de Lula e Haddad e a escolha de Scott Bessent: os assuntos que movem o mercado

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3