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As 10 ações da bolsa que valorizaram mais de 100% nos últimos 12 meses

Fora do Ibovespa, uma ação disparou mais de 500% entre o dia 16 de outubro de 2023 e de 2024; veja lista

Ações: 11 papéis dobraram de valor nos últimos 12 meses (Germano Lüders/Exame)

Ações: 11 papéis dobraram de valor nos últimos 12 meses (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 15h20.

Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 15h28.

Em meio a um cenário de aversão a risco no Brasil, com preocupações sobre a questão fiscal e a volta do ciclo de aperto monetário, 11 papéis conseguiram se destacar e valorizaram mais de 100% nos últimos 12 meses até o dia 16 de outubro, aponta a análise elaborada pela Elos Ayta Consultoria.

No mesmo período, o Ibovespa apresentou uma valorização de 13,06%. Entretanto, a alta é graças ao rali do final do ano passado, quando o Ibovespa passou dos 112.531 mil pontos, no dia 23 de outubro, para 134.185, no dia 28 de dezembro. Quando observado somente 2024, o Ibovespa acumula queda de 1,81% até a mesma data.

Ao todo, a pesquisa identificou 28 ações na B3 que registraram valorização superior a 50% nos últimos 12 meses até 16 de outubro de 2024, levando em consideração apenas ações com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão. Dessas, somente 7 fazem parte do Ibovespa:

  • Embraer (EMBR3)
  • BRF (BRFS3)
  • Marfrig (MRFG3)
  • JBS (JBSS3)
  • Weg (WEGE3)
  • Lojas Renner (LREN3)
  • Santos Brasil (STBP3)

Como destaque, a ação com o melhor desempenho no período foi a multinacional brasileira que atua em gestão ambiental, gestão de resíduos e resposta a emergências, Ambipar (AMBP3), que apresentou uma valorização de 591,38%, seguida pela empresa de aviação, Embraer (EMBR3), com 177,26%, e pela empresa do mercado imobiliário, Syn Prop Tech (SYNE3), com 167,75%.

O que acontece com a Ambipar?

Somente no período de 31 de maio a 16 de outubro, a ação da Ambipar valorizou 1.610%. Para o analista de ações da Nomos, João Tonello, o valor da ação acompanha o fator gerador de lucro no setor.

Segundo o especialista, no momento em que a companhia reportou um aumento no lucro de 90% no segundo trimestre de 2024, a empresa que andou de lado por mais de um ano, chegando a se desvalorizar para R$ 7 por demorar para acelerar o lucro, atraiu compradores.

“Esse movimento gerou o short squeeze. Novos vendedores tentaram no intraday vender o ativo, os quais foram atropelados por lotes compradores, principalmente vindo do Santander. Com medo de perdas, pararam de vender o ativo.”

Esse interesse na empresa por parte dos compradores, segundo o especialista, se baseia em alguns pilares. Como destaque, a expansão internacional, com a compra da Redivivus nos EUA, focada em reciclagem e soluções sustentáveis de resíduos perigosos. “A Redivivus foi uma adição estratégica para a Ambipar ampliar suas operações na América do Norte”, pontua.

Além dela, outras aquisições menores, principalmente no setor de emergências ambientais, fortaleceram sua operação nos mercados do Reino Unido e da América Latina.

Somado às aquisições, iniciativas regulamentares globais também melhoram o fundamento da empresa. “Muitas nações intensificaram regulamentações ambientais e compromissos com redução de carbono, como o ‘Net Zero’. A Ambipar se beneficiou diretamente disso ao ser uma empresa que oferece soluções de conformidade ambiental para outras corporações.”

Em agosto deste ano, o Itaú BBA analisou como positiva a venda por R$ 717 milhões da frota de veículos não estratégicos da Ambipar para a Addiante. Em fato relevante, a empresa explicou que a venda foi combinada com um acordo de leasing, no qual a Ambipar vai continuar usando esses veículos por cinco anos, pagando um aluguel por eles.

Em relatório assinado pelos analistas Fillipe Andrade e Victor Cunha, o banco observa que o movimento ajudará a reduzir a dívida da companhia, além de diminuir os custos de manutenção e investimentos em renovação de frota.

Segundo o fato relevante, os recursos da venda reduzirão a meta de alavancagem da empresa para 2,4x dívida líquida/EBITDA, em comparação a 2,8x no 2T24, já que a transação representaria uma economia de aproximadamente R$ 1,6 bilhão vindo da renovação da frota – o que também levará à redução de capex e custos de manutenção, segundo o Itaú BBA.

“Destacamos o anúncio porque indica que a Ambipar está no caminho certo para reequilibrar suas operações por meio de melhores margens e maiores ROICs (Retorno sobre o Capital Investido). O anúncio, em momento oportuno, reforça o saldo de caixa da Ambipar e permitirá que a empresa mantenha seu plano de gestão de passivos em dia.”

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