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Arezzo reflete o “prêmio dos calçados” na bolsa

Varejistas de calçados têm superado as de vestuário desde a recessão em 2008, diz o HSBC

Sapatos Arezzo, coleção inverno 2011 (Divulgação)

Sapatos Arezzo, coleção inverno 2011 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 06h24.

São Paulo – As empresas de calçados que negociam em bolsa têm deixado “no chinelo” as ações das varejistas de vestuário, aponta o HSBC em um relatório sobre a Arezzo (ARZZ3). A companhia brasileira é citada como um exemplo do “prêmio dos calçados” conferido pelos investidores às empresas do setor. O portfólio de marcas da companhia inclui a Arezzo, Schutz, Anacapri e Alexandre Birman.

“O prêmio da Arezzo sobre os varejistas de vestuário do Brasil é coerente com as avaliações de mercado, históricas e atuais, de varejistas de calçados, em comparação aos de vestuário. Com base em um índice para empresas de calçados e vestuário, os primeiros têm superado o desempenho do vestuário desde a recessão em 2008”, apontam Manisha Chaudhry e Francisco Chevez, que assinam a análise.

O “índice de calçados” do banco tem as ações da Daphne International Holdings, Nike, Adidas, Puma, Bata, Kenneth Cole Productions, Deckers Outdoor e Jones Group. O índice de vestuário compila os papéis da Hennes & Maurtiz, Inditex, Gap, Lojas Renner e Pantaloo. No ano, as ações da Arezzo acumulam uma valorização de quase 60%, enquanto o Ibovespa apresenta alta de 5%.

Prêmio

Segundo os analistas, um ponto que justifica o bom desempenho na bolsa é a indisponibilidade de ações com foco em calçados femininos na América Latina.

“Acreditamos que o desempenho das ações da empresa reflete tanto seu valor de escassez como a resiliência relativa das vendas de calçados em comparação aos pares do setor de vestuário”, apontam. Além disso, a clientela de alta renda e a marca forte limitam as perdas em momentos de incertezas econômicas.


Uma pesquisa recente realizada pela La clé, centro de pesquisas voltadas para o target, do Instituto Qualibest, com 212 mulheres entre 25 e 72 anos de São Paulo, que gastam em média R$ 3, 5 mil e possuem cartões de crédito Premium, apontou a Arezzo como a marca feminina brasileira mais lembrada. A francesa Louboutin ficou em primeiro lugar.

O HSBC também atribui um prêmio, de 8%, para a Arezzo em relação à líder do setor de vestuário, a Renner (LREN3). “Acreditamos que o desempenho superior da Arezzo em termos de receita, equivalente a mais que o dobro da Renner no segundo trimestre, e nossa estimativa para o crescimento da receita da Arezzo em 2012, também equivalente a mais que o dobro da Renner, justificam esse prêmio”, explicam.

O banco tem a recomendação de overweight (alocação acima da média) para as ações, com um preço-alvo de 40 reais. O valor representa um potencial de valorização de 9,4% na comparação com o fechamento de ontem. Os analistas também esperam um dividend yield (pagamentos de dividendos em relação ao preço da ação) de 1,6%.

Continuidade

A empresa conduz nesta terça-feira o “dia do investidor” em sua nova sede na cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul. A expectativa é para que a Arezzo revele os passos que podem guiar o crescimento para os próximos anos.

“Evidentemente, a empresa tem várias formas de crescer; assim sendo, continua testando novas categorias de produtos, canais e mercados geográficos. Contudo, a nosso ver, os investidores estão prontos para escutar de que forma a companhia planeja crescer e alcançar escala nesses segmentos no período de 12 a 24 meses”, diz o banco.

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