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Apple pode ter de cancelar modelos de iPhone para lidar com as tarifas

Ou a companhia aumenta os preços do iPhone para consumidores americanos, ou faz mudanças na estratégia de produtos, opinam analistas

Com as novas taxas, um iPhone fabricado nos EUA seria vendido a US$ 3.500, contra os US$ 1.000 atuais (OPA Images/LightRocket /Getty Images)

Com as novas taxas, um iPhone fabricado nos EUA seria vendido a US$ 3.500, contra os US$ 1.000 atuais (OPA Images/LightRocket /Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 11 de abril de 2025 às 16h58.

Última atualização em 11 de abril de 2025 às 17h07.

A Apple pode ter de reformular sua estratégia de portfólio de iPhones devido à guerra comercial entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a China. Essa é a avaliação de analistas de Wall Street consultados pela Barron's.

Exclusivo: Apple avalia expandir montagem de iPhones no Brasil para driblar tarifas de Trump

Para Erik Woodring, do Morgan Stanley, a companhia poderia mitigar os danos das tarifas cortando os modelos menos lucrativos de sua linha de celulares. O analista defende que, em vez de aumentar os preços, a Apple poderia tirar aqueles de baixo custo de seu cardápio.

A opinião de Wamsi Mohan, do Bank of America, é ainda mais radical. Em comunicado a clientes, o analista afirmou que a Apple pode adiar os lançamentos anuais, para um cronograma de dois anos. Isso ajudaria a simplificar a cadeia de suprimentos, estendendo o cronograma para mudanças caras na fabricação, defende.

Este caos tarifário começou com Trump anunciando uma tarifa recíproca de 34% sobre a China. Nesta semana, o republicano anunciou tarifas adicionais, resultando em um total de 145% sobre as importações chinesas aos EUA. Enquanto isso, o país asiático retaliou com tarifas de 125% sobre produtos americanos.

A Apple é uma das empresas mais afetadas pelas tarifas aos produtos chineses, já que depende da fabricante contratada Foxconn para a fabricação de grande parte de seus smartphones na China.

À Barron's, Daniel Ives, da Wedbush, estima que, com as novas taxas, um iPhone fabricado nos EUA seria vendido a US$ 3,5 mil, ante US$ 1 mil hoje.

Para os analistas, as saídas mais óbvias são repassar os custos das tarifas para os preços do iPhone para consumidores americanos, o que pesaria muito sobre a demanda, ou faz mudar na estratégia de produtos. Muito provavelmente, o caminho será um misto das duas alternativas. 

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