Mercados

Apple impressiona mercado com emissão de US$17 bi em bônus

A operação de seis tranches, todas denominadas em dólares, atraiu mais de 50 bilhões de dólares em pedidos até o meio-dia em Nova York

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2013 às 20h52.

Nova York/Londres - A Apple impressionou os mercados de dívida nesta terça-feira com a maior emissão de dívida não bancária na história, precificando impressionantes 17 bilhões de dólares em bônus como parte da mudança de estratégia da gigante norte-americana da computação para aplacar acionistas inquietos.

Apenas uma semana após anunciar a primeira queda em seu lucro trimestral em uma década, a Apple foi ao mercado com uma imensa operação para captar recursos para um ambicioso programa que vai reverter 100 bilhões de dólares a detentores de ações da companhia.

Fontes disseram que investidores quase não conseguiram registrar pedidos com velocidade suficiente para entrar na emissão de bônus da Apple, a única grande companhia do setor tecnológico sem um centavo de dívida em seu balanço até agora.

A operação de seis tranches, todas denominadas em dólares, atraiu mais de 50 bilhões de dólares em pedidos até o meio-dia em Nova York --um montante imenso de demanda até no atual clima agitado dos mercados de dívida.

"Todos querem a Apple em seu portfólio", disse o gestor do First Investors Management, Rajeev Sharma, ao IFR, um serviço da Thomson Reuters.

O montante de 17 bilhões de dólares supera facilmente a transação que ocupava o posto de maior emissão da história, segundo dados da Thomson Reuters/IFR, um acordo de 14,7 bilhões de dólares da AbbVie, empresa resultante de uma cisão da Abbott Laboratories, em novembro passado.

Mais cedo nesta terça-feira, uma fonte disse que a Apple informou a possíveis investidores que essa seria a única operação de dívida da companhia no ano, aparentemente descartando esperanças de emissões em euros ou libras esterlinas, e ajudando a alimentar a demanda pela megatransação que foi coordenada por Deutsche Bank e Goldman Sachs.


Embora a Apple tenha 145 bilhões de dólares em caixa, apenas 45 bilhões de dólares estão prontamente disponível nos Estados Unidos --o que significa que a Apple precisa captar cerca de 60 bilhões de dólares ao longo dos próximos três anos para financiar o programa de retorno de capital aos seus acionistas.

Analistas sugerem que ir aos mercados de dívida agora faz sentido com juros próximos a mínimas históricas.

Mas a fabricante dos icônicos iPad e iPhone não foi capaz de conquistar ratings "AAA" das agências de classificação de crédito. A Standard & Poor's classificou a companhia em "AA+" e a Moody's, "Aa1".

Mesmo assim, o imenso interesse de uinvestidores permitiu que a Apple reduzisse o yield (rendimento) de todas as tranches da emissão --que têm prazo entre três e 30 nos-- em cinco pontos-básicos, desde as sugestões iniciais de preço no lançamento da operação.

A Apple vendeu 1 bilhão de dólares em notas de três anos e rendimento variável, 1,5 bilhão de dólares em notas de três anos e rendimento fixo, 2 bilhões de dólares em notas de cinco anos e rendimento variável, 4 bilhões de dólares em notas de cinco anos e rendimento fixo, 5,5 bilhões de dólares em notas de 10 anos e rendimento fixo e 3 bilhões de dólares em notas de 30 anos e rendimento fixo.

Acompanhe tudo sobre:AppleComputadoresEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaMercado financeiroTecnologia da informaçãowall-street

Mais de Mercados

Banco Central anuncia leilão de linha com compromisso de recompra de até US$ 4 bilhões

CEO da Exxon defende que Trump mantenha EUA no Acordo de Paris

Ibovespa fechou em leve queda com incertezas fiscais e ata do Copom

SoftBank volta a registrar lucro trimestral de US$ 7,7 bilhões com recuperação de investimentos