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Após resultado recorde, Banco do Brasil deve manter rentabilidade em 2023, diz CEO

Presidente Tarciana Medeiros defende a capacidade do banco estatal em combinar atuação comercial e pública

Tarciana Medeiros, presidente do BB, faz sua primeira divulgação de resultados após a posse (Nilton Fukuda/Perspectiva/Divulgação)

Tarciana Medeiros, presidente do BB, faz sua primeira divulgação de resultados após a posse (Nilton Fukuda/Perspectiva/Divulgação)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 15h28.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2023 às 15h46.

Em sua primeira divulgação de resultados no comando do Banco do Brasil (BBAS3), a presidente Tarciana Medeiros defendeu que é “plenamente possível combinar uma atuação comercial com uma atuação pública”. O BB teve um resultado histórico e foi a grande surpresa positiva do setor bancário na temporada de balanços do quarto trimestre, superando seus pares privados em lucro e rentabilidade.

Medeiros está no cargo há menos de um mês após ser indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Questionada sobre os rumos do banco estatal sob uma nova gestão petista, a executiva passou uma mensagem de continuidade com a administração anterior, sem tirar o retorno ao acionista do horizonte.

Acreditamos que conseguimos manter o nível de rentabilidade que temos agora, que foi construído ao longo de uma grande travessia. A estratégia da empresa não abre mão da gestão equilibrada de capital, acompanhamento rigoroso da qualidade de nossa carteira e do retorno adequado aos nossos acionistas", afirmou Medeiros em coletiva com jornalistas na manhã desta terça-feira, 14.

O banco estatal teve lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões — acima dos R$ 7,66 bilhões do Itaú, que teve o segundo melhor resultado da safra do períodoJá o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do BB, que indica sua capacidade de rentabilizar seu capital, foi de 23% no trimestre e de 21% no acumulado do ano. 

Foi o terceiro trimestre consecutivo do banco com ROE acima dos 20%, patamar recuperado depois de uma década de rentabilidade inferior aos bancos privados.

O BB, agora, sai na frente e apresentou uma projeção que, se concretizada, irá colocar seu lucro anualizado deste ano como o maior do setor bancário. O guidance do banco aponta para um lucro líquido ajustado entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões para o período — acima da previsão dos analistas, que estimavam ganhos entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões. 

A expectativa é que o BB cresça apoiado, principalmente, no crescimento de crédito com destaque para a linha de concessão ao agronegócio e apoiado nos bons resultados da margem financeira — pontos que já foram fortes no resultado de 2022.

O Banco do Brasil espera crescimento de 8% a 12% para a carteira de crédito, com o maior crescimento vindo do agronegócio, onde a carteira deve crescer entre 11% e 15%. Já a margem financeira bruta deve avançar entre 17% e 21% em 2023.

“Caso o BB entregue a projeção estimada, isso significa que a ação está sendo negociada a um nível baixo de 3,3 vezes o índice preço/lucro. Entendemos o risco de ser uma empresa estatal, mas acreditamos que a ação está muito barata para ser ignorada”, informou relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) divulgado hoje.

O valuation atrativo também foi destacado pelo Itaú BBA. “A projeção implica 10% de crescimento [para 2023], o melhor entre nossa cobertura de grandes bancos, e indica que o BB está negociação a um indicador P/L descontado de 3,3x”, afirmam os analistas em relatório.

O BTG e o BBA têm recomendação de compra para as ações, o primeiro com preço-alvo de R$ 57 e o segundo, de R$ 48. Na máxima, a avalição implica um potencial de valorização (upside) de 40% frente ao fechamento da última sessão. No pregão de hoje, as ações do Banco do Brasil lideram os ganhos do Ibovespa e sobem mais de 4%.

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