Invest

Bolsas globais derretem após resposta da China às tarifas de Trump

Bolsa de Tóquio fechou com queda de 2,75%. Pequim anunciou tarifa de 34% contra produtos americanos, em estratégia 'olho por olho'

Publicado em 4 de abril de 2025 às 08h26.

Última atualização em 4 de abril de 2025 às 09h11.

Tudo sobrebolsas-de-valores
Saiba mais

Os mercados globais enfrentaram uma nova rodada de perdas expressivas nesta sexta-feira, 4, em resposta ao agravamento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Na Ásia, os índices fecharam em queda pelo segundo dia consecutivo após o presidente dos EUA anunciar tarifas elevadas, chamadas de "tarifas recíprocas", contra as exportações de todos os países, gerando tensão global.

No final do dia, o governo chinês retaliou, anunciando uma tarifa de 34% sobre os produtos americanos a partir de 10 de abril, como uma resposta direta às ações de Washington.

Na Europa, as perdas se acentuaram após o anúncio de Pequim. As bolsas alemã e italiana registraram quedas superiores a 5%, com a Itália sofrendo uma desvalorização de até 7%. Os mercados europeus viram suas recuperações anuais evaporarem, com o principal índice de ações da região, o Stoxx Europe 600, perdendo 4,6%.

As commodities também sofreram impactos negativos, com o petróleo despencando após o anúncio chinês. O barril de Brent caiu 5,24%, enquanto o WTI recuou 6,62%. As expectativas para os mercados dos EUA apontam para uma queda de 3% no S&P 500 no pré-mercado, refletindo o pessimismo com a situação comercial.

Nos mercados asiáticos, os investidores continuaram a vender ações em larga escala. A Bolsa de Tóquio viu uma queda de 2,75%, puxada por perdas no setor automotivo, com a Toyota registrando uma queda de mais de 4%. Os mercados de Seul e Sydney também caíram 0,86% e 2,44%, respectivamente, enquanto os mercados chineses permaneceram fechados devido a feriado.

A crise nos mercados financeiros também se reflete no aumento da demanda por ativos considerados seguros, como o ouro, que viu um aumento no preço, sendo negociado a US$ 3.101 por onça, ligeiramente abaixo do recorde.

Nos Estados Unidos, os futuros das ações apontam para mais perdas significativas, com os contratos futuros do S&P 500 caindo 3%. Tesla e Intel, grandes nomes do setor tecnológico, perderam cerca de 5% no pré-mercado, refletindo a aceleração das perdas no setor.

A guerra comercial também está pressionando os rendimentos dos títulos, com os rendimentos dos Treasuries de 10 anos caindo para 3,89%, o menor nível desde antes das eleições. O dólar também teve uma leve recuperação, enquanto o ouro e as criptomoedas se mantiveram estáveis, com o Bitcoin subindo 0,4% e o Ether registrando uma queda de 0,7%.

Como estão as bolsas:

Ásia (fechamento):

  • Japão: -2,75%

  • Hong Kong: -1,52%

  • Coreia do Sul: -0,86%

Europa (por volta das 8h):

  • Alemanha: -4,76%

  • França: -4,11%

  • Reino Unido: -3,65%

  • Itália: -6,85%

  • Espanha: -5,80%

Estados Unidos (pré-mercado):

  • S&P 500: -3%

  • Nasdaq 100: -2,9%

  • Dow Jones Industrial Average: -2,5%

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresÁsiaEuropaTarifas

Mais de Invest

Mercados internacionais sobem com PIB da China e expectativa por balanços nos EUA

Volume de negociação de títulos de alto risco atinge recorde diário em 2025, aponta JPMorgan

Operadora de 27 cassinos, Maverick Gaming entra com pedido de falência nos EUA

Dólar encosta nos R$ 5,60 ainda sob efeito das tarifas de Trump