Mercados

Após prejuízo, Via Varejo acumula queda de 25% no Ibovespa

Empresa vem perdendo boa parte do desempenho extraordinário que acumulou no ano

CASAS BAHIA, DA VIA VAREJO: ações da rede de móveis e eletrodomésticos avançaram mais de 7% depois que a companhia divulgou que trouxe o executivo Helisson Lemos do Mercado Livre para acelerar a transformação digital da empresa / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

CASAS BAHIA, DA VIA VAREJO: ações da rede de móveis e eletrodomésticos avançaram mais de 7% depois que a companhia divulgou que trouxe o executivo Helisson Lemos do Mercado Livre para acelerar a transformação digital da empresa / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 20 de agosto de 2019 às 11h47.

Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 14h36.

São Paulo - Após desapontar investidores com um prejuízo de 154 milhões de reais no segundo trimestre, o grupo Via Varejo não para de cair na bolsa. O papel VVAR3 caminha para seu quarto dia de perdas expressivas nesta terça-feira (20). 

Por volta das 11h, a ação da empresa recuava 5,5%, negociada a 6,36 reais. Nos pregões anteriores, a varejista também desvalorizou com força no Ibovespa.

Na última quarta-feira, a dona das Casas Bahia e Ponto Frio anunciou que passou de um lucro de 14 milhões obtido um ano antes para prejuízo. Os acionistas não gostaram. Desde a divulgação dos números, o papel da varejista acumula desvalorização de 25% até esta manhã. 

Ainda assim, a ação continua avançando 45% desde o início do ano, um desempenho que chama atenção, puxado pela volta da família Klein ao controle da companhia em meados de junho.

A mudança de gestão acontece após um período de dois anos em que o Grupo Pão de Açúcar tentou vender sua participação de 36% na empresa, período em que a imagem do grupo sofreu um estresse diante do avanço de concorrentes parrudos como o Magaxine Luiza e B2W.

Não há novidades pontuais que expliquem a queda contínua dos papéis após a notícia do prejuízo, destaca Luis Sales, da Guide Investimentos. “Pode ser realização de lucro de grandes investidores desmontando posição”. Analistas ouvidos por EXAME endossam a tese.

Apenas em julho, as ações da Via Varejo subiram 52,86%, de longe o melhor desempenho do Ibovespa. A alta foi impulsionada pelo entusiasmo com as mudanças na administração conduzidas pelos novos donos.

Gestores de fundos  de acoes se adiantaram para montar posições no papel, acreditando em uma virada com a mudança de gestão. 

“Apesar de ainda vivermos um trimestre desafiador, temos plena confiança na capacidade da companhia em reverter os resultados”, afirmou a Via Varejo no relatório de seu balanço, na semana passada.

A empresa até recentemente controlada pelo GPA continuacem ecoansao. Abriu 24 lojas e fechou duas no segundo trimestre. A empresa afirmou que mantém estratégia de “abertura de lojas com foco nas regiões Norte e Nordeste e em regiões com potencial de crescimento” onde ainda não está presente.

Resta saber se a baixa das ações é momentânea ou reflete uma descrença com o futuro da companhia.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3Michael KleinVia Varejo

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol