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Após perder US$ 4 tri, as bolsas globais esqueceram o coronavírus?

Nesta quarta-feira a China reportou o menor número de novos casos desde o fim de janeiro: 2 mil novos infectados

Centro de Hong Kong: bolsa local subiu 0,87% nesta quarta-feira (Paul Yeung/Bloomberg)

Centro de Hong Kong: bolsa local subiu 0,87% nesta quarta-feira (Paul Yeung/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 06h51.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2020 às 07h19.

São Paulo — O pico do coronavírus está próximo? A questão deve dominar as mesas de negociações pelo mundo nesta quarta-feira, dia em que a China reportou o menor número de novos casos desde o fim de janeiro: 2 mil novos infectados.

O país segue afirmando que a epidemia, que já fez 44 mil vítimas e matou 1.100, terá ficado definitivamente para trás em abril.

Para a Organização Mundial de Saúde, por sua vez, a ameaça segue viva. Nesta quarta-feira o bano DBS, de Singapura, evacuou sua sede com 300 funcionários após a confirmação de um infectado.

As incertezas sobre os efeitos da doença na atividade econômica fizeram com que as bolsas do mundo todo juntas perdessem pouco mais de 4 trilhões de dólares em pouco mais de duas semanas.

A boa notícia é a de que o pior já pode ter passado. Até sexta-feira (7), o mercado global de ações já havia recuperado cerca de 2,5 trilhões de dólares.

Nesta quarta-feira (12), a contagem do site de estatísticas em tempo real Worldometers aponta 45.171 infectados, 4.831 curados e 1.115 mortos – sendo que apenas 1% dos casos foram registrados fora da China. Apesar dos números robustos, a quantidade de novos infectados vem diminuindo.

Excluindo a cidade de Wuhan, os casos reportados na província de Hubei – epicentro da doença  – caíram 33,5% em relação ao último dia 5, segundo a Comissão Nacional de Saúde da China.

São números que alimentaram o otimismo de ontem nas bolsas. “Há 18 dias fomos informados sobre o risco de uma epidemia e que o vírus tinha um prazo de 14 dias de incubação. Já se passaram 18 dias e a situação foi controlada”, afirma Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae.

Nos Estados Unidos, investidores deixaram o coronavírus em segundo plano nesta semana. Tendo como pano de fundo o aumento dos postos de trabalho de janeiro e balanços positivos de empresas de capital aberto, os índices S&P 500 e Nasdaq Composite bateram novos recordes nesta terça-feira.

“Os americanos estavam mais preocupados com o coronavírus e passaram a olhar para a própria economia, que vai bem”, disse Spyer. A reação também chegou aos mercados europeus, com as bolsas de Milão e Frankfurt também fechando em níveis recordes nesta terça.

Na Ásia os principais índices de ações fecharam em alta nesta quarta-feira: Hong Kong e Xangai subiram 0,87% e Tóquio, 0,74%.

Outro sinal de recuperação vem do índice de volatilidade VIX, que já se aproxima do patamar de meados de janeiro, quando o coronavírus ainda não fazia preços. Também conhecido como “índice do medo”, o VIX, que costuma subir em tempos de insegurança, acumula queda de 23%.

Na bolsa brasileira, a pressão sobre o coronavírus ainda está presente, mas tende a perder forças. “A expectativa é a de que daqui a dez dias a situação já esteja normalizada”, disse Adriano Candreva, sócio da Portofino Investimentos.

Segundo Candreva, a proximidade do Brasil com a China fez com que os negócios na B3 fossem mais impactados pelos efeitos do coronavírus do que em outras bolsas do mundo. “Todos os países atrelados à economia chinesa sofreram com as incertezas do que iria acontecer.”

Nesta terça, o Ibovespa subiu 2,49% para 115.370,61 pontos e praticamente zerou as perdas do ano. Mesmo com a alta da última sessão, em dólar, o índice soma perdas de 7,78% no período, enquanto o S&P 500 acumula valorização de 3,9% e o Nasdaq Composite, de 7,4%.

Para Candreva, essa distância entre os mercados abriu uma oportunidade para o investidor brasileiro. “Como o Ibovespa ficou muito para trás, ele deve ter uma performance superior à de bolsas internacionais nas próximas semanas”, disse.

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