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Após Netflix, Disney vai parar de mostrar número de assinantes no streaming

Medida foi anunciada em comentários sobre os resultados trimestrais do CEO da Disney, Bob Iger, e do CFO, Hugh Johnston

Disney+: empresa vai parar de compartilhar número de assinantes (Andolu Agency/Getty Images)

Disney+: empresa vai parar de compartilhar número de assinantes (Andolu Agency/Getty Images)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 10h32.

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Seguindo o exemplo da Netflix, a Walt Disney Company anunciou na última quarta-feira, 7, que não divulgará mais os números de assinantes de seus serviços de streaming, como o Disney+ e o ESPN Plus, durante os relatórios fiscais da empresa.

A medida foi anunciada em comentários sobre os resultados trimestrais do CEO da Disney, Bob Iger, e do CFO, Hugh Johnston. No último trimestre fiscal — o terceiro, no caso da Disney —, a companhia conquistou 2,6 milhões de novos clientes, com um total de 128 milhões de assinantes no Disney+. Mas o resultado mais relevante da empresa, na verdade, foi o aumento do lucro, que dobrou no comparativo ano a ano.

O motivo da escolha de Iger e Johnston para deixar de divulgar os números foi que a métrica já se tornou "menos significativa para avaliar o desempenho dos nossos negócios". De acordo com a dupla, não divulgar os "se alinhará melhor às mudanças no cenário da mídia".

Essa decisão segue um movimento similar da Netflix, que anunciou em abril a própria mudança em relação à divulgação dos números de assinantes e deixou de divulgá-los na virada do ano de 2024 para 2025. Na época, a plataforma de streaming argumentou que o número de assinantes era "apenas um componente" do crescimento da empresa.

Streaming cresce forte na Disney

O principal motor de crescimento da Disney no terceiro trimestre fiscal da empresa em 2025 foi a divisão de streaming. O Disney+ acrescentou 1,8 milhões de assinantes no trimestre e chegou a 128 milhões de usuários, número alto o suficiente para superar os mais de 700 mil clientes perdidos no primeiro trimestre do ano, segundo informações do The Wrap. A receita do segmento aumentou 6%, para US$ 6,18 bilhões.

O bom desempenho da plataforma de streaming não só elevou o lucro total da empresa, mas também fez com que a Disney conseguisse compensar parte do baque nas receitas da TV tradicional. O setor teve queda de 15%, para US$ 2,27 bilhões, resultado da redução da audiência e menores taxas de publicidade.

Junto do Disney+, a parte de entretenimento da companhia também viu as receitas e lucro crescerem com a bilheteria de "Lilo & Stitch", segunda maior do ano até o momento, com arrecadação mundial de US$ 1,025 bilhão. O valor foi alto o suficiente para reverter o prejuízo de "Elio" (US$ 144,2 milhões), da Pixar, que acabou não se pagando, e os resultados mediados de "Thunderbolts*" (US$ 382,4 milhões) e "Capitão América: Admirável Mundo Novo" (US$ 415 milhões).

Como parte de uma reestruturação no setor de entretenimento, a Disney anunciou a demissão de centenas de funcionários nas áreas de cinema e TV recentemente.

No início do ano, a companhia tinha a meta de chegar a US$ 1 bilhão em lucro somente com o streaming em 2025. No terceiro trimestre fiscal, o resultado foi de US$ 346 milhões, e todo o setor de entretenimento — que além do Disney+ também contempla a TV tradicional e o cinema — atingiu US$ 1 bilhão. A empresa atualizou a previsão e estima ainda que o lucro proveniente do streaming atinja US$ 1,3 bilhão até o final de 2025.

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