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Bolsa realiza ganhos e cai 1,65% com influência do petróleo

Notícias do setor de petróleo afetaram ações da Petrobras, que tiveram perdas de 4,45%


	Bovespa: sessão foi instável, e índice abriu em alta; Petrobras e Vale aparecem entre principais influências de queda
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Bovespa: sessão foi instável, e índice abriu em alta; Petrobras e Vale aparecem entre principais influências de queda (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 19h10.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, realizou nesta terça-feira, 23, parte dos ganhos de ontem e encerrou o pregão em território negativo.

Em linha com o comportamento dos mercados acionários internacionais, o índice também foi influenciado pela queda do preço do petróleo no mercado global.

O petróleo Brent para abril negociado na ICE fechou em queda de 4,39%, para US$ 33,27 por barril, praticamente devolvendo a alta de 5,09% de ontem. Mesmo caso do contrato negociado na Nymex, com mesmo vencimento, que recuou 4,55% hoje ante valorização de 5,16% ontem.

A decisão oficial da Arábia Saudita em não reduzir a produção da commodity pesou sobre as cotações. "Petróleo foi o driver para a piora das bolsas no exterior e o Ibovespa acompanhou o movimento", explicou o gerente de tesouraria da Guide Investimentos, Rodrigo Hernandes Ruiz.

As notícias refletiram diretamente nas ações da Petrobras. Os papéis ON da estatal tiveram perdas de 4,45% e os PN recuaram 2,38%.

O principal índice da BM&FBovespa teve uma manhã volátil: abriu os negócios de hoje em alta, dando sinais de que acompanharia o desempenho de ontem.

Mas um pouco antes do início da tarde, com a abertura das bolsas internacionais, o sinal positivo inverteu e o índice se firmou em território negativo, batendo novas mínimas. A queda registrada hoje foi de 1,65%, aos 42.520,94 pontos.

Na mínima marcou 42.359 pontos (-2,03%) e, na máxima, 43.601 pontos (+0,85%). No mês, acumula ganho de 5,24% e, no ano, queda de 1,91%. O giro financeiro totalizou R$ 5,222 bilhões, segundo dados preliminares.

"A desvalorização de hoje foi até pequena pelo ganho de mais de 4% de ontem", ressaltou o operador da mesa financeira da H.Commcor, Cleber Alessie. Segundo ele, mesmo sem novidades relevantes sobre a nova fase da Operação Lava Jato, os grandes investidores ainda estão com o assunto no radar e nutrem "esperança" de uma mudança no comando do governo atual. "Eles seguem otimistas com a saída da presidente da República, Dilma Rousseff (PT)", completou.

Ainda sobre notícias domésticas, o IPCA-15 de fevereiro, de 1,42% (acima das projeções de mercado) ante 0,92% em janeiro, o maior patamar para o mês desde 2003, também influenciou as perdas do Ibovespa.

"Não era novidade que veríamos uma taxa de inflação alta, mas ela veio bem ruim ante a expectativa do mercado", disse Ruiz, da Guide.

Também entre os destaques de queda, Vale ON (-5,78%) e PNA (-4,26%) após mais notícias negativas envolvendo a Samarco - joint venture com a BHP Billiton - pesarem sobre as ações da mineradora.

A Polícia Civil de Minas Gerais pediu a prisão preventiva do ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi, do ex-diretor de operações da empresa Kléber Terra e de cinco gerentes da mineradora e da VogBr, que prestava serviço para a companhia, pela queda da barragem da mineradora em Mariana.

Todos foram indiciados por homicídio qualificado com dolo eventual das 19 pessoas que morreram na tragédia - 17 corpos foram localizados e 2 continuam desaparecidos.

Além disso, funcionários da Vale em Minas Gerais fizeram hoje paralisação pelo pagamento da PLR relativa a 2015. Normalmente, o pagamento do benefício é feito até 1º de março.

Cerca de 5 mil empregados participaram da paralisação, conforme o Sindicato Metabase de Belo Horizonte e região. A liberação ocorreu somente às 14 horas de hoje e a Vale respondeu que o pagamento da PLR não é devido.

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