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Após crise de confiança, Renner concilia crescimento com retorno bilionário a acionistas

'Nosso modelo é sustentável', diz CEO da varejista, em entrevista à EXAME

Fábio Faccio, CEO da Renner: poderíamos ter crescido mais, não fosse o frio (Jefferson Bernardes/Agência Preview/Divulgação)

Fábio Faccio, CEO da Renner: poderíamos ter crescido mais, não fosse o frio (Jefferson Bernardes/Agência Preview/Divulgação)

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 06h34.

Depois de atravessar um período de desconfiança do mercado, a Renner (LREN3) parece ter reencontrado o equilíbrio entre crescimento, rentabilidade e retorno ao acionista.

Mesmo com um inverno mais prolongado que esfriou parte das vendas, antecipado nas análises de parte do mercado, a varejista voltou a mostrar força no terceiro trimestre deste ano. O lucro líquido subiu 9,4%, para R$ 279,4 milhões no período.

A companhia já remunerou o acionista em R$ 1,4 bilhão este ano, somando a distribuição de juros sobre capital próprio e recompra de ações.

"É um montante, vamos dizer assim, diferenciado quando a gente pensa em todo o varejo do Brasil", afirmou o CFO da varejista, Daniel dos Santos, à EXAME.

O desempenho reforça a recuperação de uma empresa que, até o início do ano, ainda despertava dúvidas sobre sua capacidade de retomar o crescimento após um ciclo pesado de investimentos e maior concorrência com players internacionais, como a Shein.

O próprio programa de recompra de ações, no valor total de quase R$ 1 bilhão, foi anunciado em fevereiro depois de um tombo relevante dos papéis nos dois primeiros meses do ano, com a divulgação de um lucro líquido de R$487,2 milhões no quarto trimestre de 2024, que representou um recuo de 7,5% ano a ano, bem abaixo da expectativa média dos operadores financeiros.

Para o CEO, Fabio Faccio, os números de julho a setembro mostram que a Renner está em uma nova fase.

"Mesmo com o pagamento de juros sobre capital próprio, toda recompra que fizemos, ainda temos R$ 1,3 bilhão de caixa líquido. E uma posição meio única no nosso segmento, no varejo, e seguimos com um modelo já competitivo e que permite com que continuemos investindo na empresa, na melhoria da jornada dos nossos clientes, nos nossos produtos e na evolução de investimento. Ao mesmo tempo crescendo com rentabilidade e distribuindo o valor aos nossos acionistas", disse o executivo à EXAME.

Mas se no trimestre passado o "outono com cara de outono" ajudou, o prologamento do frio nos últimos três meses impediu que o desempenho da Renner fosse ainda melhor.

A empresa esperava uma estação mais curta, ou no seu tempo "normal", reduziu os pedidos de itens invernais.

"Estimamos que poderíamos ter crescido de dois a três pontos percentuais a mais se não fosse o inverno prolongado", compartilhou Faccio.

A lição, segundo ele, foi reforçar a agilidade nas decisões e ajustes das coleções diante da volatilidade climática.

"Ajustamos os nossos acompanhamentos, avaliações e pontos de decisão em frequências mais curtas para que possamos sempre estar o mais ajustado possível com o que está acontecendo também no clima daqui para frente. Não só no ano que vem, nesse mesmo terceiro trimestre do próximo ano, mas em todos os ciclos daqui para frente".

Agora de volta ao radar dos investidores, a Renner aposta em novos modelos de loja e na melhoria da experiência digital para sustentar o ritmo de crescimento.

Até o fim do ano, a companhia mantém a previsão feita lá no início de 2025, de abrir de 30 a 37 unidades — somando Renner, Youcom e Camicado — e concluir 18 reformas.

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