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Após começar semana em alta, bolsas sustentarão a recuperação?

A agência Reuters divulgou que a aguardada conferência do G7 nesta terça-feira pode não trazer estímulos econômicos como cortes coordenados de juros

Christine Lagarda, do Banco Central Europeu: agentes dos mercados têm expectativa de corte coordenado de juros (Ralph Orlowski/File Photo/Reuters)

Christine Lagarda, do Banco Central Europeu: agentes dos mercados têm expectativa de corte coordenado de juros (Ralph Orlowski/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2020 às 06h58.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 07h11.

São Paulo — A semana parecia trazer perspectivas mais promissoras aos mercados globais, com altas acima de 1% nas bolsas mundo afora na segunda-feira, 2, depois das quedas de mais de 10% da semana anterior, a pior desde a crise de 2008. Mas esta terça-feira, 3, promete ser mais desafiadora aos investidores.

A agência Reuters divulgou que a aguardada conferência do G7, grupo das sete maiores economias, não deve trazer estímulos econômicos aos países em resposta ao coronavírus. Ministros de Finanças do G7 farão uma teleconferência na manhã desta terça-feira (começando às 9h, pelo horário de Brasília) para debater a epidemia global, que tem até a manhã de hoje 90.937 casos confirmados, quase 11.000 deles fora da China. Foram 3.117 mortes até agora.

A expectativa era de que a reunião trouxesse um pronunciamento de peso, com incentivo dos governos a cortes coordenados de taxas de juros por bancos centrais e aportes para estímulo econômico nas economias. Mas uma fonte informou à Reuters que o rascunho do comunicado, a ser divulgado até quarta-feira, não trará essas ações mais práticas. O G7 é formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, e tem também uma representação da União Europeia.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta que o crescimento global possa cair para seu pior patamar desde a crise de 2008. A epidemia de coronavírus vem fazendo a produção chinesa desacelerar, impactando a cadeia de suprimentos de uma série de empresas no Ocidente.

Ao mesmo tempo, a desaceleração do mercado de consumo chinês, com mais de 1 bilhão de consumidores, afeta empresas que vendem no país — a gigante de cervejas AB InBev, por exemplo, anunciou que já deixou de lucrar 170 milhões de dólares na China nos primeiros dois meses do ano. Por mim, regiões como a Itália e a própria Europa como um todo podem ainda ser impactadas pela queda no turismo.

A expectativa por algum tipo de ação do G7 fez as bolsas asiáticas subirem ontem e manterem uma pequena alta nesta terça-feira antes da reunião, embora com mais cautela. Na China, o índice de Xangai subiu 0,74% e o de Shenzhen, 0,90%. O MSCI de ações Ásia-Pacífico subiu 0,80%. O japonês Nikkei foi o mais afetado, e fechou em baixa de 1,22% — o Produto Interno Bruto do país vem tendo baixas recordes e precisa mais do que nunca de estímulos econômicos. O europeu Stoxx 600 negociava em alta de 2,66% por volta das 6h30 desta terça-feira.

Na segunda-feira, o Ibovespa teve sua maior alta em três semanas, subindo 2,36%, incentivado pela possibilidade de estímulos do G7, assim com as bolsas no exterior. O americano S&P 500 fechou em alta ainda maior, de 4,6%. A ver se os mercados conseguirão manter as altas nesta terça-feira — parte da resposta pode vir das conversas dos ministros do G7.

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