BOLSA: no dia 20 de maio de 2008, Ibovespa bateu o que hoje seriam 134.487 pontos / Germano Lüdes (Germano Ludes/Exame)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2019 às 06h51.
Última atualização em 21 de junho de 2019 às 07h07.
A sexta-feira começa com uma renovada leva de previsões sobre para onde vai a bolsa brasileira, depois de o índice Ibovespa ter fechado a quarta-feira pela primeira vez acima dos 100 mil pontos. É daqui para cima, ou há chance de novos recuos?
Na quarta-feira, a bolsa subiu 0,90% impulsionada por anúncio do banco central dos Estados Unidos de que pode cortar os juros no país em até 0,50% até o final do ano. Segundo a instituição, é preciso agir para sustentar a expansão econômica do país que caminha para completar 10 anos, desde a crise financeira de 2008. Entre os riscos no radar, como se sabe, está a guerra comercial entre Estados Unidos e Rússia que pode afetar o crescimento da economia mundial.
Após o fechamento do mercado na quarta-feira, outra o banco central brasileiro anunciou a manutenção da taxa de juros no país em 6,5%, com alertas para a interrupção da recuperação da economia vista nos últimos trimestres. As duas notícias tendem a ajudar o avanço da bolsa, mas analistas afirmam que o que vai determinar o desempenho do índica nas próximas semanas é o ambiente político.
Após março, quando o Ibovespa chegou a bater 100 mil durante um dia de negociações, a instabilidade política, com renovadas crises e trapalhadas, jogou o índice de volta para 89 mil pontos. Agora, a grande dúvida é se o governo e o Congresso estão alinhados para aprovar a reforma da Previdência.
O mercado aposta todas as fichas nessa aprovação, afirma Bruce Barbosa, sócio-fundador da casa de análises Nord Research. “É a aprovação da Previdência que vai fazer o Brasil romper esses 100 mil pontos de hoje e subir para até 110 mil, 120 mil, até 130 mil pontos. Tudo isso vai depender da aprovação da reforma e das medidas que o Paulo Guedes prometeu implementar assim que ela for aprovada”, diz.
Chegaríamos, neste caso, a um cenário propício para o rompimento de outra marca. Apesar de a bolsa ter voltado à marca dos 100 mil pontos, ela ainda está bem abaixo do seu recorde real – quando se leva em conta a inflação do período. Segundo dados da Economatica de março, o melhor momento do índice ajustado pelo IPCA foi em 20 de maio de 2008, aos 134.487 pontos.