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Após bater R$ 4,40 pela primeira vez, dólar perde força e fecha em R$ 4,39

Moeda norte-americana subiu 0,04% no dia e acumulou avanço de 2,14% na semana

Câmbio: De acordo com ministro Paulo Guedes, o dólar alto é o "novo normal" (Tomasz Zajda/Getty Images)

Câmbio: De acordo com ministro Paulo Guedes, o dólar alto é o "novo normal" (Tomasz Zajda/Getty Images)

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Juliana Elias

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 17h25.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 20h22.

São Paulo - Depois de chegar a bater os 4,40 reais pela primeira vez, pela manhã, o dólar encerrou o pregão desta sexta-feira (21) perto da estabilidade, com alta de 0,04%, cotado a 4,393 reais na venda. Na semana, o dólar saltou 2,14%.

Após abrir o dia em alta, a moeda norte-americana chegou a reverter a tendência e operar em queda durante parte da tarde. Ao fim do dia, entretanto, voltou novamente para o terreno positivo, acompanhando o comportamento do dólar frente a diversas moedas emergentes, em meio ao temor de investidores globais frente às incertezas quanto aos impactos da epidemia de coronavírus na economia.

No mercado brasileiro, a sensação é de que os investidores estão "testando a paciência" do Banco Central para ver a partir de que ponto ele irá começar a intervir no câmbio de forma mais incisiva.

"Como não dá mais para ganhar com juros, o mercado local está entrando no mercado de câmbio para ver até quando vai a alta. Hoje, o dólar está caindo lá fora, o que evidencia esse ponto", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Recentemente, autoridades monetárias deram declarações no sentido de estar "tranquilo" com a alta do dólar. O ministro da economia, Paulo Guedes, também disse por diversas vezes que o real mais desvalorizado é o "novo normal".

Para Vieira, esse tipo de declaração contribui para a alta do dólar. "Quanto menos as autoridades falarem sobre dólar melhor, mas como estão falando bastante a impressão que estão passando é de isso não tem problema", disse.

Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, acredita que  a valorização do dólar possa estar relacionada a uma estratégia do governo para tentar beneficiar a indústria, já que a apreciação da moeda americana favorece as exportações. Mas segundo ele, isso pode ter consequências inflacionárias. “O dólar alto pressiona o IGP-M, por exemplo”, disse.

Na véspera, o dólar à vista encerrou na máxima recorde para fechamento de 4,392 reais, após alta de 0,59%.

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