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Após Banco Central estender atuação, dólar cai e volta aos R$3,75

Às 12:55, o dólar recuava 1,53%, a 3,7535 reais na venda, depois de saltar 2,64% na véspera

Swaps: nesta sessão, o BC já realizou duas vendas, primeiro 35 mil novos swaps e, depois, de 40 mil, totalizando 22,5 bilhões de dólares desde então (Ian Waldie/Reuters)

Swaps: nesta sessão, o BC já realizou duas vendas, primeiro 35 mil novos swaps e, depois, de 40 mil, totalizando 22,5 bilhões de dólares desde então (Ian Waldie/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 15 de junho de 2018 às 13h58.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 14h00.

São Paulo - O dólar operava em queda e já no nível de 3,75 reais, após o Banco Central anunciar que estenderá sua atuação no mercado, mesmo que com menor ímpeto do que fez nesta semana, trazendo mais alívio para os investidores diante da cena política e fiscal preocupante do país.

Às 12:55, o dólar recuava 1,53 por cento, a 3,7535 reais na venda, depois de saltar 2,64 por cento na véspera, a maior alta desde 18 de maio de 2017.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,7523 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1,3 por cento.

"Já existia expectativa de que ele (BC) continuaria atuando", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. "O mercado já se convenceu de que ele está fazendo o que está dizendo. Se os 10 bilhões de dólares não forem suficientes, coloca mais. O BC tem lastro para isso", acrescentou.

Na noite passada, o BC informou que fará de 18 a 22 de junho oferta adicional de 10 bilhões de dólares em contratos de swap cambial, equivalentes à venda da moeda no mercado futuro, e que não descarta ultrapassar consideravelmente os limites do que a autoridade monetária já fez no passado.

O volume é a metade do que anunciou para esta semana em novos swaps, além dos leilões diários de 750 milhões de dólares que já vinha fazendo antes. O BC reafirmou ainda que colocaria todo esse volume em swaps até essa sessão, que somava o equivalente a 24,5 bilhões de dóalres.

Nesta sessão, o BC já realizou duas vendas, primeiro 35 mil novos swaps e, depois, de 40 mil, totalizando 22,5 bilhões de dólares desde então.

Além disso, anunciou e vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps cambiais tradicionais para rolagem do vencimento de julho. Já rolou 4,84 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após a greve dos caminhoneiros, em maio, elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

Além disso, pesquisas eleitorais mostraram dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

"O fato de o BC falar o valor que pretende ofertar acaba favorecendo a especulação", afirmou o operador de câmbio de uma corretora nacional ao criticar o anúncio do montante a ser injetado no mercado.

A cena externa também tem ajudado a pressionar as cotações no mercado local, sobretudo com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos subam mais e acabem atraindo recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta e exibia queda ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

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